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Em NY, 1º dia de programa é calmo
CÍNTIA CARDOSO
DE NOVA YORK
Uma chegada sem traumas nem
constrangimentos. Essa foi a avaliação dos brasileiros que passaram ontem pelo primeiro dia sob
os novos procedimentos para a
entrada de estrangeiros nos EUA.
"Não fiquei nem dez minutos
na fila. Os agentes da imigração
foram educados, mas acho um
absurdo o Brasil estar na lista de
países que precisam passar pela
checagem contra terroristas", disse o professor paulista Paulo Silva,
42, após chegar ao aeroporto John
F. Kennedy, em Nova York.
Luciana Medeiros da Rocha, 31,
foi outra brasileira que se declarou confortável com as novas regras. "Achei mais demorado que
das outras vezes, mas foi sossegado. Sair dos EUA foi mais difícil
do que chegar. Quando embarquei para o Brasil, em dezembro,
a minha mala foi revistada por 20
minutos", disse a estudante, que
mora há três anos no país.
Batizado de US-Visit, o novo
programa do Departamento de
Segurança Interna norte-americano determina que os viajantes
estrangeiros sejam fotografados e
tenham as impressões digitais coletadas ao desembarcar em aeroportos do país.
As fotografias e as impressões
digitais dos dois dedos indicadores são tiradas em um mesmo guichê e, em seguida, são enviadas
para um sistema que promete
checar instantaneamente se a pessoa tem ficha criminal ou está em
na lista de terroristas procurados.
Em caso afirmativo, a pessoa
pode ser detida para averiguações
e é impedida de entrar no país. O
mesmo processo de checagem é
repetido quando o viajante deixa
o país. Segundo o governo, o objetivo é verificar se o prazo de validade do visto foi respeitado.
Aproximadamente 24 milhões
de estrangeiros serão "fichados"
por ano no país. Somente cidadãos de uma lista de 28 países-
na maioria europeus- são poupados das novas medidas para a
entrada no país. As pessoas
oriundas desses países não precisam de visto de turista para estadas inferiores a 90 dias.
O parlamentar Paulo Octávio,
presidente da subcomissão de turismo do Senado, concorda com
o novo rigor na segurança imposto pela administração Bush. "Essa
medidas são válidas em termos de
segurança. Os Estados Unidos estão em guerra. Esse é um país que
sofre com ameaças de terrorismo
e eles têm que proteger", afirmou
ontem ao sair de um vôo da Varig
em Nova York.
Quanto à reciprocidade adotada pelo Brasil, ele foi crítico: "O
Brasil não está preparado em termos de equipamento. Isso só vai
atrapalhar o turismo", alfinetou.
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