São Paulo, terça-feira, 06 de janeiro de 2004

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Em NY, 1º dia de programa é calmo

CÍNTIA CARDOSO
DE NOVA YORK

Uma chegada sem traumas nem constrangimentos. Essa foi a avaliação dos brasileiros que passaram ontem pelo primeiro dia sob os novos procedimentos para a entrada de estrangeiros nos EUA.
"Não fiquei nem dez minutos na fila. Os agentes da imigração foram educados, mas acho um absurdo o Brasil estar na lista de países que precisam passar pela checagem contra terroristas", disse o professor paulista Paulo Silva, 42, após chegar ao aeroporto John F. Kennedy, em Nova York.
Luciana Medeiros da Rocha, 31, foi outra brasileira que se declarou confortável com as novas regras. "Achei mais demorado que das outras vezes, mas foi sossegado. Sair dos EUA foi mais difícil do que chegar. Quando embarquei para o Brasil, em dezembro, a minha mala foi revistada por 20 minutos", disse a estudante, que mora há três anos no país.
Batizado de US-Visit, o novo programa do Departamento de Segurança Interna norte-americano determina que os viajantes estrangeiros sejam fotografados e tenham as impressões digitais coletadas ao desembarcar em aeroportos do país.
As fotografias e as impressões digitais dos dois dedos indicadores são tiradas em um mesmo guichê e, em seguida, são enviadas para um sistema que promete checar instantaneamente se a pessoa tem ficha criminal ou está em na lista de terroristas procurados.
Em caso afirmativo, a pessoa pode ser detida para averiguações e é impedida de entrar no país. O mesmo processo de checagem é repetido quando o viajante deixa o país. Segundo o governo, o objetivo é verificar se o prazo de validade do visto foi respeitado.
Aproximadamente 24 milhões de estrangeiros serão "fichados" por ano no país. Somente cidadãos de uma lista de 28 países- na maioria europeus- são poupados das novas medidas para a entrada no país. As pessoas oriundas desses países não precisam de visto de turista para estadas inferiores a 90 dias.
O parlamentar Paulo Octávio, presidente da subcomissão de turismo do Senado, concorda com o novo rigor na segurança imposto pela administração Bush. "Essa medidas são válidas em termos de segurança. Os Estados Unidos estão em guerra. Esse é um país que sofre com ameaças de terrorismo e eles têm que proteger", afirmou ontem ao sair de um vôo da Varig em Nova York.
Quanto à reciprocidade adotada pelo Brasil, ele foi crítico: "O Brasil não está preparado em termos de equipamento. Isso só vai atrapalhar o turismo", alfinetou.


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