São Paulo, domingo, 06 de janeiro de 2008

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Nos principais feriados, caos deve continuar no litoral

Caos aéreo e aumento de renda da classe baixa contribuíram para superlotação

Segundo especialista, é mais importante investir em infra-estrutura em cidades carentes do que em acomodar turistas no litoral

CINTHIA RODRIGUES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Problemas estruturais marcaram o feriado de Ano Novo no litoral de São Paulo. Houve filas nos supermercados, produtos essenciais acabaram, faltou água nas torneiras em pleno Réveillon e o congestionamento da volta para São Paulo chegou a 15 horas. Para especialistas ouvidos pela Folha, no Carnaval, ou quando quer que haja um pico de visitantes, a situação vai se repetir.
A diretora da Agem (Agência Metropolitana da Baixada Santista), Débora Blanco Bastos Dias, diz que, neste ano, a situação foi pior por causa do aumento da demanda devido ao caos aéreo e à melhora na renda da classe baixa.
Segundo ela, investimentos estão sendo feitos, mas não resolverão os problemas em feriados em que a população mais do que dobra. "Nem nós nem nenhum país do mundo conseguimos planejar isto."
O diretor do Sinaenco (Sindicato da Arquitetura e da Engenharia), Marcelo Rozenberg, concorda que as cidades não devem ser planejadas para a situação mais extrema. "Acho que cabe aí uma ponderação: É o caso de investirmos por causa de quatro a cinco dias por ano?", pergunta, e responde ele mesmo. "Acho que faz mais sentido investir em metrô, rodoanel e saneamento em cidades carentes." Para ele, a solução seria criar outros pólos de atração e dividir este fluxo de pessoas. "Mas é difícil mudar os hábitos quando todo mundo quer pular ondinhas."
Já o especialista em uso racional de água da consultoria H2C, Paulo Costa, acha que é possível evitar a falta d'água que se repete todo fim de ano em municípios como Mongaguá e Praia Grande. Ele chama de míope as políticas do governo para evitar o problema e critica campanhas sazonais de economia de água. "Não são eficazes. O dinheiro dos impostos vai ralo abaixo", diz e sugere exemplos internacionais bem-sucedidos.


Com a colaboração de RICARDO VIEL

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