KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS

Numa operação que antecipou ontem o esquema de combate à prostituição infantil durante o Carnaval, a Polícia Civil do Amazonas flagrou três adolescentes supostamente se prostituindo em três motéis localizados no centro antigo de Manaus.
Foram seis horas de ação, resultando nas prisões de 14 pessoas por acusação de favorecimento à prostituição infantil. Na blitz, 29 estabelecimentos foram fiscalizados, incluindo uma boate de striptease que faz matinê.
Os três estabelecimentos onde estavam as garotas foram fechados. No Hotel Juliana, que cobra R$ 10 por três horas de permanência no quarto, a adolescente K.C.F.B., 16, estava acompanhada de um homem de 24 anos. Ele disse que ela era sua namorada.
A gerente do hotel, Selma Bastos, também foi presa. Na entrada do estabelecimento, havia uma placa alertando a proibição da entrada de menores. "Não tenho que ser culpada de nada, elas não mostram documentos", disse a gerente.
Em outro hotel, o Aurora, L.B.C., 17, foi detida com um homem de 36 anos. Ela disse que era casada com ele, mas nenhum dos dois portava documentos de identidade. A terceira adolescente, R.L.D., 16, foi localizada no hotel Dois Irmãos.
A blitz foi impulsionada depois que a delegada Graça Silva descobriu uma nova rota de envio de garotas de Manaus para a Coréia do Sul.
Segundo uma pesquisa coordenada pelo Cecria (Centro de Referência, Estudos e Ações sobre Crianças e Adolescentes), das 76 rotas internacionais e interestaduais de tráfico de mulheres, crianças e adolescentes para fins de exploração comercial, 20 partem de Manaus.
Todos os presos na operação foram levados para a Delegacia Especializada na Assistência e Proteção à Criança e ao Adolescente. As garotas seguiriam para o Programa Sentinela, que oferece apoio psicológico e assistência social a vítimas de violência sexual.


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