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Não se deve tentar dialogar com bandido nem reagir, diz polícia
DA REPORTAGEM LOCAL
Nunca reagir. Essa é a orientação da Polícia Civil a quem
não quer ingressar nas estatísticas das vítimas de latrocínio.
"Só nos filmes a reação dá certo, de o bandido estar com o dedo no gatilho e a vítima conseguir se dar bem", disse o delegado Marcos Carneiro, do DHPP.
O bandido em grande parte
dos casos não tem intenção de
matar, mas atira porque está
com adrenalina elevada, sob
efeito de drogas, e por falta de
habilidade com a arma, afirma.
"Ele não tem um ódio pessoal
da vítima. Para ele, tanto faz ser
Antônio, Pedro, João."
Carneiro diz que, embora pareça absurdo, moradores de
metrópoles têm de estar preparados psicologicamente caso
sejam alvo de um roubo. "Do
outro lado está uma pessoa altamente sob tensão, que não
tem o que perder. E você tem."
O delegado recomenda não
tentar dialogar. "Não fique argumentando. Apenas cumpra o
que ele [bandido] está pedindo,
para que seja tudo breve."
Carneiro diz que é grande o
nível de dificuldade para a polícia encontrar os criminosos envolvidos em latrocínio porque
nos casos de homicídio, por
exemplo, a investigação tem
início nas ações da vítima
-quem poderia querer matá-la. Já no latrocínio, o ladrão e o
morto não têm ligação nenhuma. Diante disso, diz, a polícia
cada vez mais recorre a emissoras de TV, que em geral obtêm
imagens de circuito interno
que mostram a ação. Sempre há
denúncias anônimas quando
há divulgações desse tipo, diz.
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