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Raios matam mais homens, diz estudo; 5% morrem em casa
Foram 230 mortes em São Paulo entre 2000 e 2009, das quais só 15% de mulheres; maioria das vítimas é agricultor
Homens adultos estão mais expostos por exercerem mais atividades ao ar livre, como o futebol e a agropecuária, diz coordenador da pesquisa
FÁBIO AMATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO JOSÉ DOS
CAMPOS
Os homens são as principais
vítimas de raios em São Paulo.
Entre 2000 e 2009, 85% das
pessoas que morreram após serem atingidas por descarga elétrica no Estado eram do sexo
masculino. A informação é de
um estudo do Elat (Grupo de
Eletricidade Atmosférica), ligado ao Inpe (Instituto Nacional
de Pesquisas Espaciais).
Foram 230 mortes no Estado
no período: 196 homens e 34
mulheres. A maioria das vítimas (60%) tinha entre 25 e 59
anos. Crianças de até 14 anos e
idosos com mais de 60 foram a
minoria (12%, na soma).
O Elat também identificou
que a agropecuária foi a principal atividade relacionada a esse
tipo de ocorrência. Do total de
mortos, 20% eram trabalhadores rurais que recolhiam animais ou manipulavam ferramentas como enxada e facão no
meio de plantações.
As mortes em campos de futebol vêm na segunda posição,
com 15%, mesmo índice dos
óbitos devido à proximidade da
vítima com meios de transportes (aviões, carros, na carroceria de caminhão, sobre motocicletas, bicicletas e cavalos).
O levantamento mostra que,
mesmo dentro de casa, existe o
risco de morrer atingido por
um raio. Morreram nessa condição 5% das vítimas. Outros
2% foram atingidos quando falavam ao telefone.
De acordo com o coordenador do Elat e da pesquisa, Osmar Pinto Junior, os homens
são as maiores vítimas dos
raios porque estão mais expostos. "Os homens, e os adultos,
exercem mais atividades ao ar
livre, como o futebol e a agropecuária", disse.
Além disso, ele apontou que
pessoas em lugares descampados têm mais chances de serem
atingidas. Na quarta, um costureiro boliviano morreu em uma
praça do Pari, em uma tempestade, ao voltar para casa.
É mito que homens altos são
mais suscetíveis aos raios.
O Estado é líder no número
de mortes por raio, com 17%
dos casos registrados de 2000 a
2009 no país. Já a cidade de São
Paulo é, dentro do Estado, a
campeã desse tipo de ocorrência: foram 14 no período.
Junior afirma que as mortes
em São Paulo são "relativamente altas" se comparadas,
por exemplo, ao Estado da Flórida, o que registra mais óbitos
provocados por raios nos EUA.
Lá, em média, nove pessoas
morreram por ano entre 1990 e
2003. Aqui, entre 2000 e 2009
foram 23. "Atribuo essa diferença à falta de informação em
relação aos raios e à maneira de
se proteger deles. A maioria
dessas mortes poderia ser evitada se as pessoas tivessem
mais informações", disse ele.
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