São Paulo, segunda-feira, 06 de março de 2000 |
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Modelo desfila só com tapa-sexo e pintura do símbolo nacional Depois da cruz, Rio veta bandeira em corpo nu
ALEXANDRE MARON FERNANDA DA ESCÓSSIA da Sucursal do Rio MARCELO OLIVEIRA enviado especial ao Rio A polêmica sobre o uso dos símbolos religiosos, assunto da semana que antecedeu o desfile das escolas de samba, foi somada ontem a uma nova confusão -uma modelo com a bandeira brasileira pintada no corpo. Angela Bismarck, 27, destaque do último carro da Porto da Pedra, só escapou de ser presa porque, antes do final do desfile da escola, vestiu uma camiseta para encobrir sua "fantasia". Menos do que a nudez quase total da modelo, o problema era a bandeira: ela poderia ser acusada de "vilipêndio" (desrespeito) aos símbolos nacionais, crime previsto no artigo 208 do Código Penal. A Liesa (Liga Independente das Escolas de Samba) avisou à direção da escola, e um ajudante da diretoria escalou o carro alegórico para entregar a camiseta a Angela, que ainda borrou o desenho. "Já não basta a polêmica da santa? Estou surpresa. Eu acho uma besteira. Estou até usado um tapa-sexo", disse Angela, uma estreante do sambódromo que, durante o resto do ano, trabalha como modelo free-lancer, enfermeira e instrumentadora cirúrgica. Após o desfile, agentes da Polícia Federal tentaram localizar, sem sucesso, a modelo para questioná-la sobre o uso da bandeira. Os símbolos religiosos também não deixaram a avenida, apesar dos protestos da Igreja Católica. A Acadêmicos do Grande Rio levou para o sambódromo uma simulação da primeira missa celebrada no Brasil que tinha até um folião vestido de padre, erguendo e baixando uma cruz de madeira. A "polêmica da santa" foi o assunto da semana no Rio, porque a Arquidiocese conseguiu apreender um painel com a imagem de Nossa Senhora e uma cruz que seriam usados no desfile de hoje da Unidos da Tijuca. As alegorias foram liberadas pela Justiça. Próximo Texto: Barrados no baile Índice |
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