DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O número de acidentes nas estradas federais caiu 10,22% no Carnaval deste ano em comparação com o mesmo período de 2002, segundo balanço divulgado ontem pela Polícia Rodoviária Federal. Houve redução, também, no número total de mortes -de 116 para 93.
Apesar da redução, um número continua preocupando as autoridades. Cerca de 60% dos que morreram haviam consumido álcool, segundo dados preliminares. Os dados abrangem o período entre a 0h de sexta-feira e as 24h de terça-feira. A polícia não divulgou os números da Quarta-Feira de Cinzas, apesar de o dia fazer parte da operação.
Segundo o balanço, 43,01% das mortes foram provocadas por atropelamento e 16,13% por colisão frontal de veículos. Para o inspetor da polícia Reinaldo Szydloski, os atropelamentos ocorreram por "descuido dos pedestres", variável comum no Carnaval.
O Estado de São Paulo, que teve o maior número de mortos do país (12) nas estradas federais no feriado, dobrou o número em relação ao mesmo período do ano passado. Minas Gerais, que liderou o ranking de 2002 com 23 mortes, ficou em segundo neste ano com 11 mortes em 299 acidentes -o maior índice do país.
Apesar da queda nas taxas nacionais, 11 Estados apresentaram um número de acidentes maior que em 2002 e seis tiveram crescimento no total de mortos.
Rio Grande do Sul e Paraná tiveram os maiores índices de aumento no número de acidentes no país em relação ao Carnaval de 2002, com variação de 53,27% e 35,94% respectivamente.
O tempo bom -que levou uma quantidade maior de gaúchos a viajar para o litoral- e o aumento no tráfego devido ao escoamento da safra do Paraná pela BR-277 foram as possíveis causas do aumento, segundo a Polícia Rodoviária Federal.
Apesar de não constar como prioridade da operação, a apreensão de drogas cresceu em relação a 2002. No Carnaval passado, foram apreendidos 148 g de cocaína e 19,7 kg de maconha. Neste ano, os números saltaram para 3,2 kg de cocaína e 57,4 kg de maconha -crescimento de 2.082% e 192% respectivamente.
Segundo o inspetor Szydloski, o objetivo da operação é diminuir o número de acidentes e mortes durante o período de Carnaval. Szydloski informou que, neste ano, praticamente todo o efetivo da Polícia Rodoviária esteve envolvido com a operação, o que representa cerca de 7.000 policiais, um aumento de 30% a 40% em relação aos dias normais.
Segundo o inspetor, os policiais foram divididos de acordo com o maior ou menor fluxo. Na sexta, quando havia maior efetivo da polícia nas vias, o número de acidentes caiu 17,26% em relação a 2002 -de 553 para 441. Com os resultados deste ano, a média diária de morte no Carnaval caiu de 23,2, em 2002 para 18,6 em 2003.


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