São Paulo, quinta-feira, 06 de março de 2008

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Câmera flagra funcionário ao furtar bagagem em Cumbica

Circuito interno de TV filmou homem violando mochila e pegando carregador

Um segundo funcionário, que aparece na cena observando o crime, foi acusado pela polícia de ser cúmplice do colega

KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Dois funcionários que trabalham no aeroporto de Cumbica (Guarulhos, na Grande São Paulo) foram presos anteontem após um deles ter sido flagrado por câmeras do circuito interno de TV do local violando a bagagem de um passageiro e furtando um carregador de telefone celular.
O outro empregado foi acusado pela Polícia Civil de agir como cúmplice.
Às 13h09 de anteontem, os dois empregados da empresa Sata foram filmados por câmeras do circuito interno de vigilância e monitoramento da Infraero (Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária) agindo de maneira suspeita no espaço restrito a funcionários do setor de esteira de bagagem do embarque internacional das companhias aéreas Lan Chile e TAP.
No setor, o trabalho dos funcionários é o de carregamento e descarregamento de bagagem. Nas imagens, o agente de operações Célio da Silva Geraldo, 32, aparece abrindo uma mochila que passava na esteira. Depois, retira um carregador de aparelho de telefone celular da mala e o coloca no bolso de sua calça.
Na mesma gravação, aparece o auxiliar de cargas Jorge Luiz da Silva, 37, que conversa com Geraldo e observa o furto.
As cenas chamaram a atenção de um funcionário da coordenação de prevenção e emergência da Infraero que operava a câmera do quinto andar do prédio do aeroporto. Ele acionou um representante da Sata e depois a Polícia Civil.
Os dois empregados foram abordados e revistados por policiais. Com Geraldo, foi encontrado o carregador que apareceu nas imagens. E de posse de Silva estava um telefone celular. Os armários de ambos também foram vistoriados, mas nada mais foi encontrado.
Em depoimento à polícia, Geraldo confessou o crime e chorou. Silva, porém, negou a acusação. Alegou que o celular era dele e que pagou R$ 360 pelo aparelho, mas, como não apresentou nota fiscal do produto, o telefone foi apreendido pela polícia para averiguação.
O passageiro que teve a mochila aberta não foi localizado pela polícia.
O delegado José Carlos de Melo afirmou que, independentemente de ter furtado ou não o celular, Silva deu "cobertura" ao colega. "Ele, no mínimo, foi conivente ao ver o outro rapaz furtar e não fazer nada", disse Melo.
O auxiliar nega. Em seu depoimento, Silva disse ter repreendido o colega por furtar o objeto.
Ambos os acusados são casados. Geraldo estava na empresa havia oito meses; Silva, havia sete. Eles ganhavam em torno de R$ 560 de salário mensal.
Procurada pela Folha, a Sata (Serviços Auxiliares de Transportes Aéreos S/A) informou que irá demitir os dois funcionários da empresa. A Sata é uma empresa terceirizada contratada por companhias aéreas para prestar auxílio ao transporte de bagagens, limpeza de aviões e serviços operacionais internos.


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