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CLIMA
Meteorologistas vão avaliar a possibilidade de nova ocorrência de fenômeno que deixou 10 mil pessoas desabrigadas
Grupo é criado para estudar ciclone Catarina
ELIANE MENDONÇA
DAS REGIONAIS, EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
Para avaliar as possibilidades da
ocorrência de um novo ciclone no
Brasil, um grupo de especialistas
em meteorologia realiza hoje, às
15h, uma primeira reunião técnica para estudar o fenômeno.
No encontro, que acontece no
Cptec (Centro de Previsão do
Tempo e Estudos Climáticos) do
Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), em Cachoeira
Paulista (202 km de SP), será estudado o ciclone Catarina, que atingiu parte dos Estados do Rio
Grande do Sul e de Santa Catarina
na madrugada do último dia 27.
O fenômeno chegou a ser confundido com um furacão e surpreendeu os institutos de meteorologia. O ciclone atingiu 40 cidades entre Torres (RS) e Laguna
(SC). Cerca de 10 mil pessoas ficaram desabrigadas -duas morreram e oito estão desaparecidas.
Na ocasião, os meteorologistas
chegaram a admitir que subestimaram os estragos que poderiam
ser causados pelo ciclone, já que
os institutos de meteorologia indicavam que os ventos perderiam
a velocidade quando se aproximassem da costa.
A equipe é formada por dez
cientistas -seis do Cptec, dois da
USP (Universidade de São Paulo)
e dois da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
Os especialistas foram convocados pelo Cptec. Conforme a assessoria de imprensa do órgão, a iniciativa foi tomada por conta do
ineditismo do fenômeno no país.
Além disso, o objetivo da reunião, primeira de uma série, será
entender o que de fato aconteceu
e, a partir das conclusões, encontrar soluções para auxiliar ações
preventivas diante do risco de que
o fenômeno volte a ocorrer.
Em nota técnica divulgada pelo
Cptec e pelo Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), um dia
após o fenômeno, os institutos informaram que os centros de meteorologia vinham monitorando
a formação do ciclone desde 24 de
março, três dias antes da tragédia.
O que levou alguns a acreditar
que, pela primeira vez, o Brasil estava às voltas com um furacão foi
a mudança no sentido de rotação
do vento, acompanhada pela formação de "um olho", características dos furacões.
Segundo o Cptec, a reunião será
fechada e não há data para a divulgação de qualquer conclusão
sobre o assunto. Os especialistas
vão examinar os mapas e as imagens de satélite a que os centros de
meteorologia tiveram acesso.
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