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FEBEM
Agressão ocorrida em unidade criada há pouco mais de um mês em Ribeirão Preto teve como estopim o horário de desligar a TV
Funcionário é espancado por 6 internos
KATIUCIA MAGALHÃES
FREE-LANCE PARA A FOLHA RIBEIRÃO
Um funcionário da Unidade de
Internação da Febem de Ribeirão
Preto foi espancado por seis adolescentes infratores na madrugada de anteontem. Ele teve uma
costela e um dedo quebrados,
além de ferimentos na mão.
O incidente é o terceiro registrado nessa unidade da Febem (Fundação Estadual do Bem-Estar do
Menor), pouco mais de um mês
após a sua inauguração, em 28 de
fevereiro, quando foi apresentada
pelo governo do Estado como
uma das mais seguras da fundação. A UI é uma das três que compõem o complexo da Febem em
Ribeirão (314 km de São Paulo).
De acordo com a assessoria de
imprensa da Febem, a agressão
ocorreu por volta das 2h de anteontem, quando um agente de
apoio técnico, cujo nome não foi
divulgado, foi abordado por seis
internos do módulo C.
Segundo a fundação, os internos se revoltaram depois que o
agente desligou o aparelho e retirou a televisão. Pelas regras da Febem, os infratores só podem assistir à TV até as 22h, mas os agentes permitiam que, nos finais de
semana, os internos vissem filmes
que terminam após esse horário.
Em seguida, ainda conforme a
Febem, os internos passaram a
agredir o agente com golpes de
skate, chutes e socos. Dois funcionários que trabalhavam na unidade foram até o local e socorreram
o colega, que continuou sendo espancado pelos adolescentes após
ter caído no chão.
O agente foi levado ao pronto-socorro, medicado e liberado horas depois. Segundo a Febem, ele
ficará afastado dez dias.
O diretor regional do Sintraenfa
(Sindicato dos Trabalhadores em
Entidades de Assistência ao Menor e à Família do Estado de São
Paulo), José Alves Carneiro, afirmou que falta estrutura para que
os funcionários trabalhem com
segurança dentro dos módulos.
No dia 7 de março, internos atiraram um prato de comida no
rosto de uma servidora. No dia 24
do mesmo mês, um grupo se revoltou porque dois garotos foram
afastados do curso de panificação
por problemas de disciplina.
Depois de 45 minutos de negociação, o diretor da UI permitiu
que os menores permanecessem
no curso e o motim terminou.
A Febem informou que, devido
à agressão, não haverá mais "flexibilidade" de horários para evitar novas ocorrências.
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