São Paulo, terça-feira, 06 de abril de 2004

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FEBEM

Agressão ocorrida em unidade criada há pouco mais de um mês em Ribeirão Preto teve como estopim o horário de desligar a TV

Funcionário é espancado por 6 internos

KATIUCIA MAGALHÃES
FREE-LANCE PARA A FOLHA RIBEIRÃO

Um funcionário da Unidade de Internação da Febem de Ribeirão Preto foi espancado por seis adolescentes infratores na madrugada de anteontem. Ele teve uma costela e um dedo quebrados, além de ferimentos na mão.
O incidente é o terceiro registrado nessa unidade da Febem (Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor), pouco mais de um mês após a sua inauguração, em 28 de fevereiro, quando foi apresentada pelo governo do Estado como uma das mais seguras da fundação. A UI é uma das três que compõem o complexo da Febem em Ribeirão (314 km de São Paulo).
De acordo com a assessoria de imprensa da Febem, a agressão ocorreu por volta das 2h de anteontem, quando um agente de apoio técnico, cujo nome não foi divulgado, foi abordado por seis internos do módulo C.
Segundo a fundação, os internos se revoltaram depois que o agente desligou o aparelho e retirou a televisão. Pelas regras da Febem, os infratores só podem assistir à TV até as 22h, mas os agentes permitiam que, nos finais de semana, os internos vissem filmes que terminam após esse horário.
Em seguida, ainda conforme a Febem, os internos passaram a agredir o agente com golpes de skate, chutes e socos. Dois funcionários que trabalhavam na unidade foram até o local e socorreram o colega, que continuou sendo espancado pelos adolescentes após ter caído no chão.
O agente foi levado ao pronto-socorro, medicado e liberado horas depois. Segundo a Febem, ele ficará afastado dez dias.
O diretor regional do Sintraenfa (Sindicato dos Trabalhadores em Entidades de Assistência ao Menor e à Família do Estado de São Paulo), José Alves Carneiro, afirmou que falta estrutura para que os funcionários trabalhem com segurança dentro dos módulos.
No dia 7 de março, internos atiraram um prato de comida no rosto de uma servidora. No dia 24 do mesmo mês, um grupo se revoltou porque dois garotos foram afastados do curso de panificação por problemas de disciplina.
Depois de 45 minutos de negociação, o diretor da UI permitiu que os menores permanecessem no curso e o motim terminou.
A Febem informou que, devido à agressão, não haverá mais "flexibilidade" de horários para evitar novas ocorrências.


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