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entrevista
Formação falha faz aluno desistir, diz pesquisadora
DA REPORTAGEM LOCAL
Por conta da fraca formação no ensino básico na área
de exatas, os alunos de graduações como computação
ou matemática encontram
"uma linguagem totalmente
inacessível" na universidade,
diz a pesquisadora da USP
Elizabeth Balbachevsky. Por
isso, tendem a desistir.
Abaixo, a entrevista da
professora, membro do Núcleo de Pesquisa de Políticas
Públicas da universidade.
(FT)
FOLHA - O que explica a diferença das taxas de evasão entre os
cursos?
ELIZABETH BALBACHEVSKY - Uma
explicação possível é o mercado de trabalho. Matemática e hotelaria, por exemplo,
têm baixa inserção. Os estudantes tendem a desistir do
curso. Na área de computação, o mercado é muito dinâmico. O aluno sente que o
que ele está aprendendo na
faculdade já está defasado.
Há atraso inclusive nos equipamentos. E ele vê que pode
arrumar emprego sem a necessidade de um diploma.
FOLHA - Qual o peso do ensino
deficitário de exatas no ensino
básico?
BALBACHEVSKY - Os problemas na formação básica diminuem a possibilidade do
sucesso no ensino superior,
porque o aluno chega sem
base. O problema se agrava
nas universidades públicas,
onde o curso é mais puxado e
os professores estão menos
propensos a adequar a aula.
Fica uma linguagem inacessível para ele. As particulares
se moldam mais. Essa dificuldade no ensino básico
prejudica já na escolha do
curso. O candidato se sente
incapaz de fazer um curso
como física ou computação,
ainda que haja mercado de
trabalho. Depois, dos poucos
que escolheram a área, muitos tendem a abandonar o setor, carente de profissionais.
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