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Secretário diz que Infraero é intransigente
Restringir operações em Congonhas é questão de saúde pública, afirma Eduardo Jorge (Verde e Meio Ambiente)
DA REPORTAGEM LOCAL
A Infraero age de maneira intransigente ao não restringir as
operações em Congonhas, afirma o secretário Eduardo Jorge
(Verde e Meio Ambiente). Ele
atribui a resistência da estatal à
pressão das companhias aéreas. "É a minha hipótese", diz.
As empresas têm interesse
em manter o aeroporto em pleno funcionamento para não
perder faturamento e não ter
de remanejar voos.
A prefeitura havia dado prazo até o dia 2 para Congonhas
reduzir em uma hora de manhã
e outra à noite o horário de
pousos e decolagens -12% do
movimento-, mas uma liminar autorizou a Infraero a manter tudo do jeito que está. A decisão vale até o próximo sábado. Por conta da sentença, a
prefeitura não pôde multar a
estatal em R$ 1 milhão.
Restringir a operação no segundo aeroporto mais movimentado do país foi uma das
cem exigências da prefeitura
para dar o licenciamento ambiental, em dezembro. A Infraero não cumpriu outras 12
-as 87 restantes ou estão sob
análise da gestão Gilberto Kassab (DEM) ou ainda dentro do
prazo de cumprimento.
Segundo Jorge, após o dia 10,
a prefeitura intensificará a fiscalização no aeroporto. Ele acenou com a possibilidade de elevar a multa -que pode chegar a
R$ 10 milhões- em caso de novo descumprimento.
Para ele, os moradores do entorno não podem conviver com
o nível de ruído em Congonhas.
"Imagina um idoso ou uma
criança acordando toda madrugada com um barulho infernal
daqueles", disse. "Acho que a
posição da Infraero está evoluindo para a intransigência. A
prefeitura busca o equilíbrio."
O secretário afirmou que a
prefeitura tem instrumentos
para cassar a licença ambiental,
mas manterá a intenção de dialogar. A questão de Congonhas,
segundo ele, é de saúde pública
e de uso de ocupação do solo
-daí a necessidade de haver regulação municipal a respeito. A
Infraero sustenta que o tema é
regido por legislação aeronáutica, federal.
Procurada, a Infraero não se
manifestou. A Folha não conseguiu falar com o Snea (sindicato das companhias aéreas).
(RICARDO GALLO)
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