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Páscoa tem aumento de mortos em rodovias
Balanços mostram 34% mais mortes nas estradas federais e 38% nas estaduais paulistas em relação ao ano passado
Em SP, perderam a vida em vias estaduais 36 viajantes contra 26 no mesmo feriado do ano passado; especialista vê motorista mal preparado
DA REPORTAGEM LOCAL
DA FOLHA ONLINE
Mais pessoas morreram nas
estradas brasileiras durante o
feriado prolongado de Páscoa
deste ano em relação ao mesmo
período do ano passado, tanto
nas rodovias federais quanto
nas vias estaduais de São Paulo.
O aumento foi de 34% nas rodovias federais (de 85 mortes
para 114) e de 38% nas rodovias
estaduais paulistas (de 26 para
36), de acordo com os balanços
divulgados ontem pela Polícia
Rodoviária Federal e pela Secretaria de Estado dos Transportes, respectivamente.
Minas Gerais foi o Estado
que registrou mais mortes em
rodovias federais, com 27 vítimas. O Estado é o que possui a
maior malha federal no país. A
explicação da polícia para a
quantidade de acidentes em
território mineiro foi o excesso
de chuvas registrado nesse período. O número de mortes superou até mesmo o do feriado
do Carnaval deste ano (26).
São Paulo
Nas estradas federais que
cortam o Estado de São Paulo,
foram registradas quatro mortes, de acordo com os dados da
Polícia Rodoviária Federal.
Já as rodovias estaduais paulistas foram palco de um total
de 1.043 acidentes durante o feriado prolongado da Semana
Santa -no feriado do ano passado foram 917-, 549 feridos
(pouco menos que os 552 do
ano passado) e 36 mortos (38%
a mais que os 26 de 2009).
O número de mortos aumentou mesmo se for levado em
consideração o IA (Índice de
Acidentes), indicador criado
pelo governo do Estado e que é
formado não apenas pelo número absoluto de ocorrências,
mas por dados como a extensão
das rodovias, o volume diário
médio de veículos e o período
analisado. Nesse caso, o número de mortes subiu 15%, com o
IA passando de 2,44 para 2,81.
No feriado, foram feitas 11,8
mil autuações por diversas infrações de trânsito nas rodovias
estaduais de SP. Também foram apreendidos 506 veículos,
230 carteiras de habilitação e
1.378 documentos de veículos.
A polícia ainda registrou 47 casos de motoristas embriagados.
A Secretaria de Estado dos
Transportes, responsável pelo
balanço de ocorrências nas estradas estaduais, não apresentou justificativa para o crescimento de mortes nem indicou
alguém para falar com Folha,
como a reportagem pediu.
Para José Bernardes Felex,
professor da USP (Universidade de São Paulo) de São Carlos
e especialista em trânsito e
transporte, as causas dos acidentes em São Paulo e no resto
do país guardam semelhança,
apesar da diferença nas vias.
Tanto num Estado quanto
no outro, o especialista acredita que grande parte dos acidentes está ligada à falta de treinamento adequado dos motoristas para utilizar o carro, principalmente nas estradas.
"São motoristas que não dirigem diariamente e tomam a rodovia só em época de feriados.
Falta conscientização para o
risco que correm ao usar o carro e a estrada no limite."
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