São Paulo, terça-feira, 06 de abril de 2010

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Advogada diz que pai pode deixar avós verem Sean

David Goldman condiciona visita à presença de psicólogo

DE NOVA YORK
DA SUCURSAL DO RIO

A advogada do norte-americano David Goldman, pai do menino Sean, 9, diz que ele está disposto a deixar que o filho se encontre com os avós brasileiros, desde que acompanhado de um psicólogo.
"Pedimos a Silvana [Bianchi, a avó materna] e ao marido dela, em janeiro, que houvesse um processo para lidar com o avanço das relações familiares, que são complexas, porque David está conhecendo Sean. E esse não foi um processo no qual eles [os avós] estivessem dispostos a se envolver", afirmou ontem a advogada de David Goldman, Patricia Apy, à Associated Press.
Silvana Bianchi voltou ao Brasil anteontem, após viagem de dez dias aos EUA, onde pretendia visitar o neto. Ela se queixa de estar sendo impedida, há mais de um mês, de falar com Sean por telefone.
Os avós maternos do menino Sean, que se mudou em dezembro para os EUA com o pai por decisão da Justiça brasileira, terão o seu pedido para ver o neto avaliado pela Justiça norte-americana em um mês, no dia 7 de maio.
Em Nova Jersey, Estado americano onde Sean mora, Silvana e seu marido se encontraram com David Goldman e um psicólogo. Como a reunião não resultou na visita imediata ao neto, os avós entraram na Justiça com um pedido para vê-lo em caráter emergencial.
Segundo a advogada de Goldman, a Justiça de Nova Jersey decidiu que o pedido não poderia ser qualificado como emergencial, e a audiência foi marcada para maio.
Ela afirmou ainda que o garoto, que morava no Brasil desde 2004 -por decisão da mãe, morta em 2008-, está se adaptando bem à vida com o pai e tendo bom desempenho na escola, e que David Goldman, que não tem dado entrevistas, também está tentando impedir que os Bianchi falem sobre o assunto à mídia.
O Consulado do Brasil em Nova York, que acompanhou o processo movido por Goldman pela guarda definitiva da criança, afirmou à Folha que não foi procurado pelos avós maternos na semana passada, durante a visita deles aos EUA.
"Tivemos nossos direitos de avós negados, e o Sean [Goldman] teve o direito de nos ver negado", disse Silvana.
David Goldman, que enfrentou uma batalha judicial de cinco anos antes de conseguir a guarda do filho, também se queixava, durante o processo, de ser impedido pela família brasileira de ver Sean quando viajava ao Brasil.
(CRISTINA FIBE e DENISE MENCHEN)


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