São Paulo, terça-feira, 06 de abril de 2010

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Dívidas e decadência ameaçam três marcos do comércio cultural carioca

FÁBIO GRELLET
DA SUCURSAL DO RIO

Salas de cinema cheirando a mofo, livraria com vazios nas estantes e uma loja de discos ameaçada de fechar. O circuito Estação, a Letras & Expressões e a Modern Sound, três marcos do comércio cultural carioca, vivem problemas financeiros que embaçam o brilho de outrora, quando viviam apinhados de artistas e intelectuais.
Loja de discos inaugurada em 1966 em Copacabana (zona sul), famosa pelos títulos importados, a Modern Sound já teve clientes ilustres como o escritor Fernando Sabino e o jornalista Paulo Francis.
Desde 2006, no entanto, perdeu terreno para a internet, e o faturamento caiu 40%. Hoje, acumula dívidas de R$ 3,3 milhões, o que a levou a propor um acordo judicial com os credores -até o momento, nenhum se opôs. A ideia é fazer mudanças, como ampliar o horário de funcionamento e aprimorar o site.
Graças à localização, no Leblon (zona sul), e ao funcionamento 24 horas, a livraria Letras & Expressões sempre foi muito frequentada por artistas. Agora, por problemas financeiros, reduziu a diversidade de títulos. "Várias editoras já não distribuem seus livros à Letras & Expressões, por falta de pagamento", conta Sonia Jardim, presidente do Snel (Sindicato Nacional dos Editores de Livros). Os donos da livraria não quiseram falar com a Folha.
A rede de cinemas Estação, hoje com 19 salas, que começou em 1985 e se tornou referência em filmes de arte, também mudou. "Tem cheiro de mofo e poltronas quebradas", disse a analista de sistemas Ruth Hermoso, 34, ao sair da Estação Botafogo. A rede admite problemas isolados e disse que há um projeto de reforma das salas.


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