São Paulo, sábado, 06 de maio de 2000


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CRIME VIRTUAL
Médica, economista, universitários e quatro menores, a maioria de classe média, integravam o grupo; ninguém está preso
Promotoria denuncia 10 por pedofilia

da Sucursal do Rio

O Ministério Público do Estado do Rio denunciou ontem à Justiça 10 integrantes de uma rede de pedofilia na Internet que agia na cidade do Rio de Janeiro divulgando fotos de crianças e adolescentes em práticas sexuais diversas.
Os denunciados são de classe média, incluindo uma médica, um economista e universitários, quase todos da zona sul. Quatro menores e um morador de Nilópolis (município da Baixada Fluminense) também integram a rede, segundo a promotoria.
Os menores terão os casos encaminhados à Vara de Infância e Juventude. O morador de Nilópolis terá de ser denunciado pelo Ministério Público da cidade. Ninguém está preso.
Todos são acusados com base no artigo 241 do Estatuto da Criança e do Adolescente: divulgar fotos de crianças e adolescentes em situações de sexo e pornografia. A pena é de um a quatro anos de reclusão.
O promotor Romero Lyra, autor da denúncia, disse que os acusados admitiram a divulgação das fotos, mas reagiram à acusação de crime: "Eles disseram que faziam tudo entre quatro paredes e que isso não era crime. Disseram que invadimos a privacidade deles. Mas entre quatro ou dez paredes, digo que isso é crime."
O Ministério Público começou a investigação há cerca de dois anos, envolvendo quase 200 usuários da rede em vários Estados.
Com o auxílio de um especialista em segurança em informática, a promotoria entrava na Internet, fazia contato com os adeptos da divulgação desse tipo de foto e acabava recebendo o material.
O cerco foi fechado sobre 21 pessoas, cujos computadores foram apreendidos em outubro passado, na chamada Operação Catedral Rio. Os nomes dos denunciados não foram divulgados.
Com eles foram apreendidas cerca de 40 mil fotos de crianças em situações de sexo das mais bizarras, sendo submetidas a práticas de sadismo, zoofilia (sexo com animais) e necrofilia. Eram, diz o promotor, imagens possivelmente produzidas no exterior.


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