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CRIME VIRTUAL
Médica, economista, universitários e quatro menores, a maioria de classe média, integravam o grupo; ninguém está preso
Promotoria denuncia 10 por pedofilia
da Sucursal do Rio
O Ministério Público do Estado
do Rio denunciou ontem à Justiça
10 integrantes de uma rede de pedofilia na Internet que agia na cidade do Rio de Janeiro divulgando fotos de crianças e adolescentes em práticas sexuais diversas.
Os denunciados são de classe
média, incluindo uma médica,
um economista e universitários,
quase todos da zona sul. Quatro
menores e um morador de Nilópolis (município da Baixada Fluminense) também integram a rede, segundo a promotoria.
Os menores terão os casos encaminhados à Vara de Infância e Juventude. O morador de Nilópolis
terá de ser denunciado pelo Ministério Público da cidade. Ninguém está preso.
Todos são acusados com base
no artigo 241 do Estatuto da
Criança e do Adolescente: divulgar fotos de crianças e adolescentes em situações de sexo e pornografia. A pena é de um a quatro
anos de reclusão.
O promotor Romero Lyra, autor da denúncia, disse que os acusados admitiram a divulgação das
fotos, mas reagiram à acusação de
crime: "Eles disseram que faziam
tudo entre quatro paredes e que
isso não era crime. Disseram que
invadimos a privacidade deles.
Mas entre quatro ou dez paredes,
digo que isso é crime."
O Ministério Público começou a
investigação há cerca de dois
anos, envolvendo quase 200 usuários da rede em vários Estados.
Com o auxílio de um especialista em segurança em informática,
a promotoria entrava na Internet,
fazia contato com os adeptos da
divulgação desse tipo de foto e
acabava recebendo o material.
O cerco foi fechado sobre 21
pessoas, cujos computadores foram apreendidos em outubro
passado, na chamada Operação
Catedral Rio. Os nomes dos denunciados não foram divulgados.
Com eles foram apreendidas
cerca de 40 mil fotos de crianças
em situações de sexo das mais bizarras, sendo submetidas a práticas de sadismo, zoofilia (sexo com
animais) e necrofilia. Eram, diz o
promotor, imagens possivelmente produzidas no exterior.
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