LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

Quatro crianças com idades entre 6 e 12 anos foram mortas na manhã de ontem em Canoas (região metropolitana de Porto Alegre), vítimas de um incêndio intencional. O suspeito do crime, Márcio Cardoso, 18, que teria uma rixa com o pai das crianças, foi detido ainda ontem.
Para assegurar que Emanuele, 6, Clenilton, 9, Cleiton, 10, e Roselaine, 12, ficariam imobilizados, o autor do crime as amarrou com suas próprias roupas.
O crime ocorreu às 6h15 em um casebre de 3,5 m por 4,5 m, no bairro periférico Matias Velho. O suspeito, que é foragido da Colônia Penal Agrícola de Mariante, foi preso às 10h, após ter sido descrito à polícia pelo pai das crianças, Celso da Silva, 43.
Segundo Silva, Cardoso esteve em sua casa de madrugada, para cobrar uma dívida de R$ 200. Os dois, então, beberam cachaça, mas Silva não o pagou.
Cardoso foi embora, mas, no meio do caminho, embriagado, resolveu voltar. Segundo Silva, os dois lutaram. Cardoso teria ferido Silva com uma marreta, antes de amarrá-lo e vendá-lo. O pai das crianças afirmou ter conseguido se desvencilhar das amarras e escapar em meio ao fogo.
A primeira constatação da perícia dá conta de que as crianças morreram carbonizadas e de que seus corpos estavam amarrados. Em um dos corpos, foram constatados golpes de faca.
O suspeito, em depoimento à polícia, confessou a autoria do incêndio, mas negou ter amarrado as crianças. Poderá ter de cumprir uma pena que varia entre 12 e 30 anos de prisão. A Agência Folha não conseguiu falar com ele.


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