São Paulo, terça-feira, 06 de maio de 2008

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Promotoria apura elo entre investigador e secretário-adjunto

DA REPORTAGEM LOCAL

O Ministério Público vai investigar a ligação do secretário-adjunto da Segurança Pública de São Paulo, Lauro Malheiros Neto, com o investigador Augusto Peña, preso por suspeita de -entre outros crimes- extorquir dinheiro de criminosos.
A Corregedoria da Polícia Civil ouviu ontem a ex-mulher de Peña, Regina Célia Lemes de Carvalho, que reafirmou a versão de que Malheiros Neto recebia dinheiro do investigador para ajudá-lo dentro da polícia.
A Promotoria investiga se entre os supostos favores está a transferência de Peña de Suzano (Grande São Paulo), onde realizava serviços administrativos, para o Deic (Departamento de Investigações Sobre o Crime Organizado) -uma espécie de promoção.
Para os promotores, não há problema em uma eventual intervenção de Malheiros Neto na transferência de um policial, mas isso passa a ser crime se há pagamento de dinheiro.
Em depoimento ao Ministério Público, o delegado Nelson Silveira Guimarães disse que, quando comandava o Demacro (departamento responsável por Suzano), recebeu pedido direto de Malheiros Neto para mudar Peña de delegacia.
O investigador acabou transferido em 11 de janeiro de 2007, oito dias após o secretário-adjunto assumir o cargo.
O pedido de explicação sobre essa transferência foi encaminhado à Secretaria da Segurança Pública, que também pede detalhes da mudança do investigador do Deic para a delegacia fazendária. A suspeita é que o policial tenha participado do assassinato de um colega do Deic e, por isso, foi tirado de lá.
Malheiros Neto nega ter feito essa intervenção em favor do policial, assim como ter recebido dinheiro dele. Admite, porém, conhecê-lo. O secretário diz que vai processar Guimarães pelas acusações que fez.
O advogado de Peña, Fábio Tufic Simantob, diz que seu cliente é vítima de uma armação e que ingressou no Tribunal de Justiça com um habeas corpus pedindo sua liberação. O policial está preso desde quarta-feira.
Ex-mulher de Peña, Regina foi uma das seis testemunhas ouvidas ontem pela Corregedoria. Peña acompanhou os depoimentos, assim como dois promotores de Justiça do Gaerco (Grupo de Atuação Especial Regional de Combate e Repressão ao Crime Organizado) de Guarulhos. (ROGÉRIO PAGNAN E ANDRÉ CARAMANTE)

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