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Promotoria apura elo entre investigador e secretário-adjunto
DA REPORTAGEM LOCAL
O Ministério Público vai investigar a ligação do secretário-adjunto da Segurança Pública
de São Paulo, Lauro Malheiros
Neto, com o investigador Augusto Peña, preso por suspeita
de -entre outros crimes- extorquir dinheiro de criminosos.
A Corregedoria da Polícia Civil ouviu ontem a ex-mulher de
Peña, Regina Célia Lemes de
Carvalho, que reafirmou a versão de que Malheiros Neto recebia dinheiro do investigador
para ajudá-lo dentro da polícia.
A Promotoria investiga se
entre os supostos favores está a
transferência de Peña de Suzano (Grande São Paulo), onde
realizava serviços administrativos, para o Deic (Departamento de Investigações Sobre o
Crime Organizado) -uma espécie de promoção.
Para os promotores, não há
problema em uma eventual intervenção de Malheiros Neto
na transferência de um policial,
mas isso passa a ser crime se há
pagamento de dinheiro.
Em depoimento ao Ministério Público, o delegado Nelson
Silveira Guimarães disse que,
quando comandava o Demacro
(departamento responsável
por Suzano), recebeu pedido
direto de Malheiros Neto para
mudar Peña de delegacia.
O investigador acabou transferido em 11 de janeiro de 2007,
oito dias após o secretário-adjunto assumir o cargo.
O pedido de explicação sobre
essa transferência foi encaminhado à Secretaria da Segurança Pública, que também pede
detalhes da mudança do investigador do Deic para a delegacia
fazendária. A suspeita é que o
policial tenha participado do
assassinato de um colega do
Deic e, por isso, foi tirado de lá.
Malheiros Neto nega ter feito
essa intervenção em favor do
policial, assim como ter recebido dinheiro dele. Admite, porém, conhecê-lo. O secretário
diz que vai processar Guimarães pelas acusações que fez.
O advogado de Peña, Fábio
Tufic Simantob, diz que seu
cliente é vítima de uma armação e que ingressou no Tribunal de Justiça com um habeas
corpus pedindo sua liberação.
O policial está preso desde
quarta-feira.
Ex-mulher de Peña, Regina
foi uma das seis testemunhas
ouvidas ontem pela Corregedoria. Peña acompanhou os depoimentos, assim como dois
promotores de Justiça do Gaerco (Grupo de Atuação Especial
Regional de Combate e Repressão ao Crime Organizado) de
Guarulhos.
(ROGÉRIO PAGNAN E ANDRÉ CARAMANTE)
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