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SP ganha hoje o maior centro de câncer da América Latina
Instituto Octavio Frias de Oliveira irá funcionar de forma parcial a partir de amanhã
Numa primeira etapa, apenas os doentes que já se tratam no Hospital das Clínicas, em torno de 4.000, serão atendidos no local
CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL
Será inaugurado hoje, às 15h,
o Instituto do Câncer de São
Paulo Octavio Frias de Oliveira
(ex-Instituto Doutor Arnaldo),
o maior centro oncológico da
América Latina. Como parte
das comemorações, o neurocientista Miguel Nicolelis, da
Duke University, dará uma palestra na Faculdade de Medicina da USP às 11h.
Para os pacientes, o hospital
localizado na zona oeste de São
Paulo começa a funcionar amanhã de forma parcial. Numa
primeira etapa, só os doentes
com câncer que já se tratam no
Hospital das Clínicas de São
Paulo, em torno de 4.000, serão
atendidos no instituto. A partir
do próximo ano, o atendimento
será ampliado a pacientes de
outros serviços públicos.
Dos 29 pavimentos do hospital, oito entram em funcionamento amanhã -entre eles, o
pronto-atendimento, os ambulatórios de oncologia clínica e
ginecológica e a quimioterapia.
Segundo o diretor-geral do
instituto, Giovanni Cerri, em
três meses começa a funcionar
a área cirúrgica. Com ela, será
aberta parte das alas de internação. São no total 580 leitos,
entre apartamentos e UTI.
As primeiras cirurgias serão
nas áreas ginecológicas (câncer
de mama e de colo do útero, por
exemplo), urológicas (como
câncer da próstata e das vias
urinárias) e do aparelho digestivo (câncer de estômago, por
exemplo). O setor de diagnósticos deve funcionar até o final
do ano, segundo Cerri.
O diretor-geral explica que o
último setor a ser implantado
no instituto, até dezembro de
2009, será o de radioterapia.
Quando isso ocorrer, a cidade
terá mais que triplicado os seus
leitos de câncer -hoje estimados em 170.
O diretor clínico do instituto,
Paulo Hoff, lembra que as atividades de ensino e pesquisa no
instituto também começam
amanhã. "Vamos trazer os residentes e os demais estudantes
desde o início. As pesquisas
também começam imediatamente", disse ele ontem, enquanto vistoriava o prédio.
Pesquisas mais complexas,
como a técnica de diagnóstico
por imagem que permite a investigação do câncer na fase
molecular, antes do surgimento do tumor, só começam no
início do próximo ano.
Segundo o secretário de Estado da Saúde, Luiz Roberto
Barradas Barata, o funcionamento começará de forma parcial porque é necessário estabelecer rotinas dentro do hospital. "O prédio inteiro está pronto, mas tem de começar por
partes. Tem de treinar a enfermagem, que vai treinar os auxiliares e assim por diante."
Barradas diz que a proposta é
que toda a área oncológica seja
transferida para o Instituto do
Câncer. "Vamos transferindo
devagarinho. Toda a área de
câncer do HC será feita no instituto, assim como toda a área
de cardiologia é feita no InCor,
assim como toda a área de pediatria é feita no Instituto da
Criança", disse ele.
Segundo Barradas, o único
serviço de oncologia que continuará no HC será a radioterapia, já que o setor passou por
reformas recentes. O HC manterá seus três equipamentos e o
instituto ganhará outros cinco.
"Vamos ter duas radioterapias, mais ou menos como foi
no começo do InCor, que tinha
o raio-X do Instituto Central e
o do InCor, até o dia em que em
que tudo foi para o InCor."
As obras do prédio começaram em 87, pararam em 94 e foram retomadas parcialmente
em 99. Desde que o governo
atual retomou as obras, em
2003, foram investidos R$ 270
milhões. O instituto terá custo
anual de R$ 190 milhões.
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