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Ajuda a Nordeste depende de projeto, diz Lula
Presidente visita região atingida pela chuva e critica prefeitos que pedem verba de emergência, mas não prestam contas; mortos já são 27
Quatro Estados registram mais 11 mortes; enchentes fazem subir para 138 mil o número de pessoas fora
de casa desde sexta-feira
Sebastião Bisneto/Folha Imagem
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Lula observa o rio Poti em Teresina (PI), onde visitou famílias desabrigadas devido às enchentes
DA AGÊNCIA FOLHA
No dia em que o número de
mortes no Nordeste chegou a
27 em razão das fortes chuvas
que atingem a região desde o
início de abril, o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva criticou os prefeitos que pedem
verbas em situações de emergência, mas não apresentam
projetos nem prestam contas
dos recursos recebidos.
Para Lula, que visitou ontem
o Nordeste, "o que faz facilitar a
liberação de recursos não é a
emergência, mas o projeto".
"Não adianta desespero [para pedir verbas]. Nessa hora, é
como a gente tratar de uma
pessoa que chegou baleada ao
hospital. A primeira medida
não é tirar a bala. A primeira
medida é estancar o sangue",
afirmou Lula, durante reunião
com prefeitos de cidades atingidas e com o governador Wellington Dias (PT), do Piauí, um
dos Estados mais afetados.
"Vocês estão lembrados da
última enchente que deu no rio
São Francisco. Já faz, acho, uns
cinco anos, e, até hoje, tem cidades que não conseguiram dinheiro. Por que não conseguiram dinheiro? Porque na hora
em que o ministro libera parte
do dinheiro, a segunda parte só
pode ser liberada com a prestação de contas da primeira. Se
não prestou contas, não tem
como liberar", disse.
O presidente esteve com famílias atingidas pelas cheias
em Teresina, sobrevoou de helicóptero áreas alagadas pelo
rio Poti na capital piauiense e
visitou dez famílias abrigadas
em um centro social.
Novas mortes
Quatro Estados do Nordeste
confirmaram ontem mais 11
mortes em razão das chuvas. O
mau tempo também fez aumentar de 80 mil para 138 mil o
número de pessoas fora de casa
desde sexta-feira. A previsão é
de mais chuvas nesta semana.
A maioria dos desabrigados
(que estão em abrigos públicos)
e desalojados (que estão em casa de parentes e amigos) vivia
nas margens de rios que transbordaram, segundo as defesas
civis dos Estados.
O Maranhão, Estado mais
atingido, confirmou mais duas
mortes. Desde o início de abril,
já são oito mortos no Estado.
Até a tarde de ontem, cerca de
50 mil estavam desabrigados e
desalojados em 52 municípios.
Na Bahia, a Defesa Civil de
Salvador relatou quatro mortes
ontem. Um deslizamento de
terra matou três. Uma criança
também morreu afogada em
um riacho. Segundo a Defesa
Civil, outras quatro pessoas ficaram feridas na cidade.
No Ceará, três pessoas morreram afogadas no fim de semana no norte do Estado. O número de pessoas que tiveram
de sair de casa subiu de 18 mil
para 21 mil. Sete pessoas já
morreram afogadas ou eletrocutadas e 112 se feriram. Na Paraíba, dois homens morreram
afogados, também no fim de semana, em cidades do sertão.
Norte
A Defesa Civil do Pará disse
que já são 32 mil famílias prejudicadas pelas chuvas no Estado.
O governo paraense disse que
enviará 10 mil cestas básicas
para os atingidos.
(MATHEUS MAGENTA, GUSTAVO HENNEMANN, RENATA
BAPTISTA, SÍLVIA FREIRE e JOÃO CARLOS
MAGALHÃES)
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