|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
EDUCAÇÃO
Objetivo do governo é que exame seja usado como parâmetro para conceder benefícios aos profissionais mais bem avaliados
Cristovam anuncia "provão" para professores
LUCIANA CONSTANTINO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Professores do ensino fundamental da rede pública e recém-formados em cursos de licenciatura deverão prestar, a partir deste ano, o Exame Nacional de Certificação, uma espécie de provão.
O exame, anual e com validade
de cinco anos, será uma das formas de avaliar a categoria e poderá ser usado por gestores e redes
de ensino como critério em processos seletivos, para promoção
de carreira e para concessão de
benefícios aos professores.
A participação no exame será
voluntária para os professores em
exercício e obrigatória para os que
estão concluindo cursos de graduação na área. Nesse último caso, a medida também fará parte
do programa de avaliação dos
cursos de licenciatura.
A secretária de Ensino Fundamental do MEC, Maria José Feres,
acredita que o primeiro exame
poderá ser aplicado entre janeiro
e fevereiro de 2004.
Apesar da participação voluntária dos profissionais, o exame será
a forma de certificar os professores para que sejam beneficiados
pela Bolsa Federal de Incentivo à
Formação Continuada. A bolsa
terá duração de cinco anos e visa
incentivar a formação da categoria. Para instituí-la, o governo encaminhará ao Congresso um projeto de lei. O valor da bolsa deve
ser estabelecido anualmente, de
acordo com disponibilidades orçamentárias da União.
Em contrapartida, Estados e
municípios deverão ampliar o investimento na formação continuada dos professores, favorecendo o acesso deles a cursos e
meios de aprimoramento.
As medidas fazem parte do programa "Toda Criança Aprendendo", anunciado ontem pelo ministro Cristovam Buarque (Educação). Até o fim do ano, o MEC
investirá R$ 143,7 milhões no programa, incluindo os gastos com a
elaboração do exame e com a distribuição de brinquedos pedagógicos. O programa visa melhorar
a qualidade do ensino fundamental por meio da valorização do
professor e incentivo à alfabetização. "Nos próximos quatro anos
ninguém vai chegar aos oito anos
sem saber ler", disse o ministro.
Dados do Saeb (avaliação do ensino básico) de 2001 apontam que
59% dos alunos da 4ª série não sabem ler adequadamente e 52%
não dominam habilidades elementares de matemática.
Incentivo
De acordo com Feres, os alunos
que tiverem bom desempenho receberão um prêmio, ainda não
definido, e os professores, uma
gratificação. Caberá aos Estados e
municípios aferir os resultados,
utilizando uma avaliação externa.
Além disso, serão criados programas de aceleração do aprendizado para regularizar o fluxo escolar. Os governos estaduais e
municipais definirão a forma de
montar esses programas com base em diretrizes a serem estabelecidas pelo MEC. Também faz parte do programa ampliar a duração
do ensino fundamental de oito
para nove anos, com a inclusão de
crianças de seis anos de idade.
Texto Anterior: Há 50 anos Próximo Texto: Panorâmica - Ceará: Cidadãos de Quixeramobim acusam órgão de "expulsar" jumentos para outras cidades Índice
|