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São Paulo, sexta-feira, 06 de junho de 2003

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EDUCAÇÃO

Objetivo do governo é que exame seja usado como parâmetro para conceder benefícios aos profissionais mais bem avaliados

Cristovam anuncia "provão" para professores

LUCIANA CONSTANTINO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Professores do ensino fundamental da rede pública e recém-formados em cursos de licenciatura deverão prestar, a partir deste ano, o Exame Nacional de Certificação, uma espécie de provão.
O exame, anual e com validade de cinco anos, será uma das formas de avaliar a categoria e poderá ser usado por gestores e redes de ensino como critério em processos seletivos, para promoção de carreira e para concessão de benefícios aos professores.
A participação no exame será voluntária para os professores em exercício e obrigatória para os que estão concluindo cursos de graduação na área. Nesse último caso, a medida também fará parte do programa de avaliação dos cursos de licenciatura.
A secretária de Ensino Fundamental do MEC, Maria José Feres, acredita que o primeiro exame poderá ser aplicado entre janeiro e fevereiro de 2004.
Apesar da participação voluntária dos profissionais, o exame será a forma de certificar os professores para que sejam beneficiados pela Bolsa Federal de Incentivo à Formação Continuada. A bolsa terá duração de cinco anos e visa incentivar a formação da categoria. Para instituí-la, o governo encaminhará ao Congresso um projeto de lei. O valor da bolsa deve ser estabelecido anualmente, de acordo com disponibilidades orçamentárias da União.
Em contrapartida, Estados e municípios deverão ampliar o investimento na formação continuada dos professores, favorecendo o acesso deles a cursos e meios de aprimoramento.
As medidas fazem parte do programa "Toda Criança Aprendendo", anunciado ontem pelo ministro Cristovam Buarque (Educação). Até o fim do ano, o MEC investirá R$ 143,7 milhões no programa, incluindo os gastos com a elaboração do exame e com a distribuição de brinquedos pedagógicos. O programa visa melhorar a qualidade do ensino fundamental por meio da valorização do professor e incentivo à alfabetização. "Nos próximos quatro anos ninguém vai chegar aos oito anos sem saber ler", disse o ministro.
Dados do Saeb (avaliação do ensino básico) de 2001 apontam que 59% dos alunos da 4ª série não sabem ler adequadamente e 52% não dominam habilidades elementares de matemática.

Incentivo
De acordo com Feres, os alunos que tiverem bom desempenho receberão um prêmio, ainda não definido, e os professores, uma gratificação. Caberá aos Estados e municípios aferir os resultados, utilizando uma avaliação externa.
Além disso, serão criados programas de aceleração do aprendizado para regularizar o fluxo escolar. Os governos estaduais e municipais definirão a forma de montar esses programas com base em diretrizes a serem estabelecidas pelo MEC. Também faz parte do programa ampliar a duração do ensino fundamental de oito para nove anos, com a inclusão de crianças de seis anos de idade.


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