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Mortos por tiro podem superar os 400
Novo levantamento do conselho de medicina abrange todo o Estado e o período mais sangrento da crise da segurança
Dados serão mostrados à comissão federal que chega hoje a SP para acompanhar investigações sobre mortes entre os dias 12 e 20 de maio
FABIANE LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL
Novo levantamento do Conselho Regional de Medicina
aponta que cerca de 400 pessoas foram mortas por armas
de fogo no Estado de São Paulo
no período mais sangrento da
guerra deflagrada pelo PCC,
entre os dias 12 e 20 de maio.
O conselho concluiu a avaliação de todos os 23 IMLs do Estado, segundo pessoas que
acompanham as investigações.
Até a semana passada, havia divulgado apenas os dados de um
dos postos do Instituto Médico
Legal, o Central, que fica em Pinheiros (zona oeste). No local
tinham sido computadas 132
mortes em razão de tiros.
O total de mortos dos IMLs
incluem todos os tipos de morte por arma de fogo, como suicídios e crimes passionais. Mas
essas cerca de 400 mortes
-uma média de 50 por dia
-superam a realidade do Estado no primeiro trimestre deste
ano, uma média de 20 assassinatos diários.
A Secretaria da Segurança
Pública, procurada ontem pela
Folha no fim da noite, informou que, em razão do horário,
não encontrou ninguém que
pudesse comentar os dados.
A pasta enviou ao Ministério
Público estadual lista em que
constam as mortes de 122 suspeitos de crimes em confronto
com a polícia durante a crise no
Estado -91 teriam ligação com
o PCC, segundo a análise do governo. Mas os dados se referem
ao período de 12 a 19 de maio.
Ontem os dados do Cremesp,
que passavam pelas últimas
checagens, chegaram informalmente a entidades e órgãos que
acompanham as investigações
sobre a onda de violência. Elas
aguardam o relatório oficial ser
divulgado hoje, em uma reunião com a presença de comissão especial do Conselho de
Defesa dos Direitos da Pessoa
Humana (CDDPH), órgão ligado ao Ministério da Justiça que
acompanha as investigações.
O grupo investiga se houve
abuso da polícia e se há mais
mortos do que o divulgado pelo
governo.
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