São Paulo, terça-feira, 06 de junho de 2006

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Governo quer mudar regra e incentivar turismo na Juréia

Substitutivo enviado à Assembléia propõe série de mudanças na estação ecológica

Para ambientalistas, projeto tornará mais complicada a situação da unidade; maior polêmica é criação de áreas para exploração sustentável

AFRA BALAZINA
DA REPORTAGEM LOCAL

A Estação Ecológica Juréia-Itatins, se depender do governo paulista, passará a permitir atividades de desenvolvimento sustentável e receber turistas. Um projeto substitutivo de lei, entregue ontem -Dia Mundial do Meio Ambiente- à Assembléia, amplia a área da estação e faz uma série de modificações que a tornarão um mosaico de unidades de conservação.
Segundo o governo, em razão da complexidade da situação -há áreas que abrigam vilas caiçaras, terrenos com necessidade de regularização fundiária, áreas com interesse turístico e outras com importância para a conservação da biodiversidade- concluiu-se pela necessidade do mosaico.
Os ambientalistas, porém, acham que o projeto tornará a situação mais complicada.
A maior polêmica é a criação de duas Reservas do Desenvolvimento Sustentável -Barra do Una e Despraiado. Nesse locais, a população tradicional poderá manter atividades sustentáveis. Mas a proposta não define quais -no projeto original, determinava-se a criação de unidades de uso sustentável para a população residente, mas também não eram definidas a localização exata delas.
Um dos autores do projeto de lei que altera a Juréia, Hamilton Pereira (PT) não se opõe ao substitutivo do governo. Segundo ele, chegou-se a um consenso. O mesmo não ocorre com os ambientalistas. "Estou chocado. É o exemplo da coisa que começa mal encaminhada e termina pior ainda", diz o diretor da Fundação SOS Mata Atlântica, Mario Mantovani.
O texto propõe também a criação de dois parques dentro da estação, o Itinguçu e o Prelado. Com isso, diminuirá a restrição de acesso ao local, pois o turismo passa a ser permitido.
Duas Estações de Refúgio da Vida Silvestre também podem ser criadas e a Estação Ecológica Banhados do Iguape seria incorporada à Juréia. Com as mudanças, o mosaico passaria a ter 117 mil hectares -hoje, a estação tem 80 mil. Já uma área de bananal seria excluída.


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