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Índice de água não potável sobe para 33%
Principais causas que afetam qualidade da água no subsolo são esgoto sem tratamento, fossas sépticas e infiltração de fertilizantes
Relatório revela ainda piora nas condições das praias e alta no número de espécies ameaçadas de extinção; presença de ozônio no ar caiu
AFRA BALAZINA
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DA REPORTAGEM LOCAL
A qualidade da água subterrânea, que abastece cerca de 6
milhões de pessoas (de um total de 41 milhões no Estado),
caiu em São Paulo entre 2006 e
2008, segundo levantamento
da Secretaria de Estado do
Meio Ambiente. O índice de
água considerada potável, que
era de 85,4% em 2006, passou
para 66,7% no ano passado.
O dado faz parte do Painel da
Qualidade Ambiental, um estudo de 20 indicadores que traça
condições gerais de lixo, saneamento, biodiversidade, uso de
energia e emissão de poluentes.
De acordo com a análise da
Cetesb (agência ambiental de
SP), as principais causas que interferem na qualidade da água
estão esgoto sem tratamento,
uso de fossas sépticas e a infiltração no solo de fertilizantes
utilizados na agricultura.
Embora a maior parte das
amostras não potáveis esteja
relacionada à presença de ferro, manganês e coliformes, que
são retirados da água com tratamento simples, existem casos
de problemas mais graves.
Na região oeste do Estado,
por exemplo, "é persistente a
presença de cromo e nitrato em
concentrações acima do padrão", o que requer "tratamento de maior custo e complexidade". Esporadicamente, têm
sido detectados arsênio, bário e
chumbo, elementos de maior
potencial nocivo.
Dados do IEA (Instituto de
Economia Agrícola) indicam
que a agricultura, especialmente a cana, tem parcela importante no aumento da presença
de poluentes na água.
Ao final da safra 2005/06, a
cana para indústria cobria 4,2
milhões de hectares no Estado.
Na estimativa de fevereiro deste ano, a área subiu para 5,3 milhões, um salto de 26%.
Condição das praias
Outro índice que piorou no
Estado no ano passado foi a
condição das praias litorâneas
-24% estiveram próprias para
banho o ano todo em 2008,
contra 38% em 2007.
Mas o relatório traz também
indicadores positivos, como a
relativa diminuição na presença de ozônio no ar nos 102 municípios da chamada Macrometrópole Paulista, que inclui a
região que vai de Piracicaba a
São José dos Campos, além da
Baixada Santista.
Depois da piora entre 2006 e
2007, quando subiu (de 3,15%
para 6,36%) o número de dias
em que o nível de ozônio, poluente muito nocivo, ultrapassou os limites recomendados
na macrometrópole, o percentual caiu para 2,94% em 2008.
Já o número de ultrapassagens do nível de material particulado no ar, outro poluente
que provoca graves danos à
saúde, estabilizou-se.
Também cresceu, nos últimos dez anos, o número de espécies ameaçadas de extinção
-de 12,36% (253, num total de
2.047 espécies conhecidas) para 16,88% (436 ameaçadas num
universo de 2.583).
A secretaria ressalta que a lista de 1998 foi elaborada com
uma metodologia diferente da
do ano passado, quando foram
seguidos os critérios e as categorias propostas pela IUCN
(União Internacional para
Conservação Ambiental).
Outra boa notícia é que o percentual de energia renovável,
como a proveniente da queima
de bagaço de cana, subiu de
44,12%, em 2001, para 52,35%,
em 2007. Segundo a avaliação,
"a tendência observada desde
2001 é a de crescimento da
composição renovável da matriz energética, fato ainda mais
notável considerando o patamar já bastante elevado".
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