São Paulo, sábado, 06 de junho de 2009

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PAULA BEIGUELMAN (1926-2009)

A professora viveu para a universidade

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

No pacotão de 219 aposentadorias forçadas, lia-se o nome de Paula Beiguelman.
Como tantos outros professores -a lista incluía nomes como Florestan Fernandes e Fernando Henrique Cardoso-, Paula se viu afastada da vida universitária naquele abril de 1969, devido a um ato institucional.
Doutora em ciência política, quando os anos de chumbo se foram, voltou a dar aulas na FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas), da USP. "A vida dela era a universidade", lembra o irmão, o geneticista Bernardo Beiguelman.
Paula era professora emérita da instituição até ontem, quando morreu aos 83 anos, vítima de um câncer. Também exercia o cargo de vice-presidente do Sindicato de Escritores do Estado de SP.
Dona de um texto "enxutíssimo", como lembra o irmão, publicou várias obras.
"Ela sempre foi do essencial.
Enquanto os outros escreviam em três, quatro volumes, ela fazia em um só." É autora, entre outros, de "A Formação do Povo no Complexo Cafeeiro: Aspectos Políticos", "Os Companheiros de São Paulo: Ontem e Hoje" e "O Pingo de Azeite: A Instauração da Ditadura".
Natural de Santos, começou cedo a colaborar com a seção literária do jornal "A Tribuna". Também exerceu crítica literária nos livros "Viagem Sentimental a Dona Guidinha do Poço" e "Por que Lima Barreto?".
Era viúva e não deixa filhos. O enterro foi ontem, no cemitério Israelita do Butantã, em São Paulo.

obituario@grupofolha.com.br


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