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EDUCAÇÃO
Dirigentes defendem avaliação mais completa, mas dizem que exame mostra realidade do ensino superior
Reitor de pública vê vantagens no provão
MALU GASPAR
da Reportagem Local
O Exame Nacional de Cursos, o
provão, já está sendo aceito pelos
reitores das universidades públicas, os dirigentes universitários
mais críticos ao exame, como um
instrumento de avaliação que
cumpre função importante no sistema universitário brasileiro.
O exame acontece amanhã em
380 cidades brasileiras.
Apesar de dizerem que suas instituições têm sistemas de avaliação
interna mais eficientes que o provão, os reitores das universidades
estaduais paulistas USP e Unesp
concordam que o exame é útil no
contexto universitário brasileiro.
"Para nós o provão não muda
nada, porque continuamos com
nossos processos de avaliação e
somos muito bem colocados no
exame. Mas acho que ele desempenha hoje um papel importante,
porque obriga as instituições a
prestar contas à sociedade", afirma o reitor da Unesp, Antônio
Manoel dos Santos Silva.
Segundo ele, a Unesp mantém
posição crítica em relação ao provão, mas considera que o segundo
exame foi melhor que o primeiro.
Prestar contas à sociedade também é fator importante para o reitor da USP, Jacques Marcovitch.
"A universidade continua com a
mesma posição, mas a minha opinião é que a nossa participação no
exame é boa até porque oferecemos um padrão de comparação."
Para ele, o provão tornou transparente a realidade do sistema
universitário brasileiro, já que há
no país "instituições realmente
vinculadas à educação e outras
criadas para garantir lucros".
O presidente do Crub (Conselho
de Reitores das Universidades
Brasileiras), José Carlos Almeida
da Silva, também diz que a entidade mantém a posição de crítica ao
provão, mas acha que, entre reitores, as resistências diminuíram.
"Ainda achamos que o exame só
avalia um momento e uma parcela
do processo de ensino, que são os
alunos. Uma avaliação da universidade deve levar em conta vários
fatores, não apenas uma prova."
Outro antigo crítico do provão,
o reitor da UFPE (Universidade
Federal de Pernambuco), Mozart
Neves Ramos, hoje admite algumas vantagens no exame.
"Depois que o ministério começou a adotar mais indicadores de
qualidade na prova, como titulação dos professores e jornada de
trabalho, ela se tornou um instrumento importante de avaliação."
O reitor, membro da comissão
de avaliação da Andifes (associação dos dirigentes das instituições
de ensino superior), diz que nota
uma mudança de opinião em seus
colegas. "Hoje as manifestações
no interior da Andifes são de uma
aceitação clara do provão."
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