|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
"Vi ocupantes do Voyage morrerem pegando fogo"
DO "AGORA"
DA AGÊNCIA FOLHA
O sargento da Polícia Rodoviária Estadual Nelson Martins dos
Santos estava no km 88 da Castello Branco na hora dos acidentes.
"A neblina era tanta que não deu
para enxergar nada. Só deu para
escutar o forte barulho da batida."
Ele chegou ao local pouco antes
do engavetamento. "Eu ia atender
à batida de uma ambulância contra um caminhão no km 82 quando avisaram pelo rádio que a situação era crítica no km 88, por
causa da neblina." Ele chegou ao
local pouco antes da batida. "Começaram os barulhos de batida
logo atrás. Corri para o meio do
mato. Nunca vi nada igual."
O também policial rodoviário
Carlos Henrique Carvalho, 43, seguia num ônibus para São Paulo
quando houve o acidente com a
ambulância no km 82. "Estava
ajudando as vítimas quando vi o
clarão na estrada [causado pela
explosão do Voyage"", disse.
O soldado, então, foi para o km
88. "Estava um caos, com pessoas
gritando, espalhadas pela pista. Vi
os ocupantes do Voyage morrerem pegando fogo. Foi horrível.
Jamais vou esquecer."
Seu maior choque foi o estado
de Daiane Cristina Godoy Nicolina, 11, que seguia na ambulância
para o Incor (Instituto do Coração), onde seria operada.
Carvalho diz ter feito massagem
cardíaca na menina antes de ela
ser levada para o Hospital Regional de Sorocaba. Daiane acabou
morrendo no hospital.
O caminhoneiro José dos Santos, 43, envolvido no engavetamento, disse que foi atingido por
outro caminhão quando um amigo, que estava mais à frente, o avisava pelo rádio da batida. "Acabei
batendo no carro à minha frente.
Não dava para enxergar nada."
À tarde, Nelson Pereira, 56, que
dirigia um dos caminhões envolvidos, buscava notícias de Sérgio
Garcia, internado em Sorocaba.
Pereira estava no banco do carona. "Só me salvei por causa do
cinto de segurança." Garcia quebrou uma perna e abriu o queixo.
Alexandre Perpétuo, 27, procurava sua mãe, uma tia e um primo, que ficaram levemente feridos. Ele perdeu o pai, Paulo Sérgio
Perpétuo, 59, no acidente.
Alexandre foi avisado da colisão
por telefone pelo primo. "Eles estavam indo para São Paulo tirar
passaporte para visitar um tio nos Estados Unidos. Também ia, mas
desisti na última hora."
Texto Anterior: Rodovia teve acidentes inusitados Próximo Texto: Batida na Fernão Dias tem uma vítima fatal Índice
|