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SP anuncia reajuste de até 22,7% a policiais
Aumento de salário e gratificação a delegados são divulgados no momento em que categoria é alvo de denúncias de corrupção
Secretário da Segurança nega que a medida tenha relação com a série de acusações; pacote ainda passará pela Assembléia
DA REPORTAGEM LOCAL
Em meio às suspeitas de corrupção envolvendo policiais civis, o governo de São Paulo
anunciou ontem um pacote de
medidas de "valorização da carreira policial" que beneficia
principalmente a Polícia Civil.
Além de receber todos os benefícios concedidos aos demais
policiais, apenas os delegados
terão uma gratificação equivalente a 33% quando acumularem a chefia de mais de uma delegacia. O pagamento será proporcional aos dias trabalhados
nessa condição.
Para os policiais militares,
não haverá a concessão do benefício, mesmo se comandarem duas ou mais cidades.
O secretário da Segurança
Pública, Ronaldo Marzagão,
negou relação entre o anúncio
do pacote de aumento salarial,
que na maioria dos casos não
tem aplicação imediata, e a série de acusações feitas contra
policiais. A divulgação dessas
metas ocorre, de acordo com
ele, ao fim de um ciclo de estudos que durou quatro meses.
No pacote está previsto um
reajuste salarial entre 4,28% e
22,67%. O menor aumento é
para o soldado de primeira classe de municípios com mais de
500 mil habitantes e, o maior,
para delegados, oficiais da Polícia Militar, peritos e médicos
legistas de cidades menores.
"O bom salário desestimula
[a corrupção], mas não evita.
Há exemplos na República que
são notórios", afirmou o secretário da Segurança.
Os aposentados e pensionistas sentirão os efeitos do reajuste apenas em janeiro do
próximo ano, quando será incorporada a gratificação aos
rendimentos.
As medidas anunciadas ontem devem passar ainda por votação na Assembléia Legislativa para aprovação, mas, como
os parlamentares entram em
recesso neste mês, ele só deve
entrar em vigor após agosto.
Além do reajuste salarial e da
gratificação especial a delegados, o pacote tem ainda o anúncio de ampliação de benefícios
na compra da casa própria
(com juros subsidiados pelo governo), seguro por acidente no
horário de trabalho (o seguro
era só em caso de morte) e possibilidade da venda de um dos
três meses de licença-prêmio (a
cada cinco anos de trabalho).
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