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Governo oficializou afastamento de só um policial suspeito
Das 20 pessoas suspeitas de ligação com caça-níqueis que deixariam as funções, só um nome saiu no "Diário Oficial"
O próprio policial tomou a
iniciativa de deixar o cargo;
número de investigadores
também passou de 20 para
13, segundo o governo
GILMAR PENTEADO
DA REPORTAGEM LOCAL
Vinte dias depois de a Polícia
Civil paulista anunciar que 20
policiais investigados por ligação com o esquema de máquinas caça-níqueis seriam afastados de seus cargos de chefia,
apenas um deles teve o afastamento oficializado no "Diário
Oficial" do Estado. Isso porque
o próprio policial tomou a iniciativa de deixar o cargo.
Sem a publicação no "Diário
Oficial", os investigadores-chefes não têm os rendimentos reduzidos pela perda da função.
Além de não ter seu afastamento oficializado, um dos investigados ainda teve sua designação para outro distrito policial
publicada na terça-feira, mantendo o seu cargo de chefia.
O número anunciado de policiais a ser afastado das funções
de chefia também foi reduzido:
de 20 para 13 investigadores.
Os afastamentos foram
anunciados pelo comando da
polícia paulista no dia 16 de junho, um sábado, 22 dias depois
de o advogado Jamil Chokr,
que defende empresas de caça-níqueis e bingos, ser flagrado
com anotações com telefones e
nomes de policiais.
A Corregedoria da Polícia Civil apontou 27 policiais suspeitos de ligação com Chokr. Pelo
menos 20 investigadores desse
grupo, que tinham cargos de
chefia, seriam imediatamente
afastados, segundo declarou o
secretário da Segurança Pública, Ronaldo Marzagão. Esse
número também passou a ser
repetido pela cúpula da polícia.
Para a Secretaria da Segurança Pública, os afastamentos visavam dar transparência à investigação. A polícia, no entanto, não forneceu os nomes dos
policiais suspeitos nem os locais onde trabalhavam.
Amigo
A pesquisa dos nomes dos 27
policiais suspeitos no "Diário
Oficial" mostra que apenas
Afonso Henriques Soares Rodrigues, chefe dos investigadores do Deic (Departamento de
Investigações Sobre o Crime
Organizado), teve o seu afastamento publicado -mudanças
de cargos de chefia têm de ser
publicadas porque envolvem
remuneração e também para
dar transparência.
Isso ocorreu no dia 20 de junho, quatro dias depois do
anúncio de punições feito pela
polícia paulista. Rodrigues, que
é amigo de Chokr, pediu para
sair da função, o que teria agilizado a publicação do seu afastamento. De lá para cá, nenhum
outro afastamento foi publicado pela polícia.
A assessoria da Secretaria da
Segurança Pública afirma que
todos os afastamentos foram
realizados e serão publicados
no "Diário Oficial" nos próximos 15 ou 20 dias (leia texto
nesta página).
O investigador Sidney Mota
de Oliveira, na lista dos policiais investigados, também é citado no "Diário Oficial", mas
não para perder o cargo. Na terça-feira, foi publicada a sua designação para assumir a chefia
dos investigadores do 40º DP
(Vila Santa Maria), na zona
norte da capital paulista.
Segundo a secretaria, o número correto de investigadores
que perderiam cargos de chefia
é 13, e não pelo menos 20, como
chegou a ser anunciado pelo
governo. Segundo a pasta, houve um erro de informação e se
descobriu que menos investigadores do grupo de suspeitos
tinham função de chefia.
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