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CAIXA-D'ÁGUA
Até 2014, região continuará extraindo mesmo volume do sistema Cantareira, que abastece metade de sua população
Grande SP mantém principal fonte de água
MARIANA VIVEIROS
DA REPORTAGEM LOCAL
Pelos próximos dez anos, a
Grande São Paulo poderá continuar a consumir os 31 mil litros de
água por segundo que retira hoje
do sistema Cantareira, que abastece metade de sua população
-ou 9 milhões de pessoas.
A garantia de que o volume não
muda evitará que a Sabesp (companhia de saneamento de SP) tenha de adiantar investimentos em
busca de novas fontes de água, o
que a empresa só prevê fazer de
médio a longo prazo, a um custo
de R$ 2,2 bilhões.
Cidades da Grande Campinas,
também servidas pelo sistema, terão garantido consumo de 5.000
litros por segundo até 2014, o que
antes não existia. A decisão agradou a representantes da região.
As decisões constam do novo
termo de outorga (autorização
para tirar água de rios ou represas) do Cantareira, que será assinado hoje pela ANA (Agência Nacional de Águas) e pelo Daee (Departamento de Águas e Energia
Elétrica do Estado de São Paulo),
a quem caberá gerir o sistema.
A outorga anterior, de 1974, permitia à Sabesp tirar os mesmos 31
mil litros por segundo para a
Grande São Paulo, mas não dava
nenhuma garantia ao interior.
"Houve um grande ganho para as
duas regiões", diz Francisco Castro Lahóz, do consórcio da bacia
do Piracicaba (que reúne empresas da região de Campinas).
As duas retiradas estão asseguradas em 83% do tempo. Em casos de escassez extrema, quando o
sistema atingir o que hoje é considerado como 0% da capacidade,
os volumes terão de ser reduzidos
para 24,8 mil litros por segundo
para a Grande São Paulo e 3.000
litros por segundo para o interior.
Nesse caso, a região metropolitana teria de racionar água ou
usar outras fontes. A possibilidade de isso ocorrer, porém, é de um
mês em 74 anos, afirma Hélio
Luiz Castro, superintendente de
produção de água da Sabesp.
A nova outorga prevê ainda o
banco de águas: se a Grande São
Paulo ou o interior retirar do Cantareira menos água do que podem, o volume poupado acumula
por um ano para uma eventual
necessidade de maior consumo.
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