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Falha humana é causa da maioria dos acidentes, diz Aeronáutica
DA REPORTAGEM LOCAL
A Aeronáutica considera que
as investigações de acidentes
no Brasil e no mundo têm cumprido seu objetivo -e que um
exemplo disso seriam as inovações criadas ao longo das décadas, como a caixa-preta, e a diminuição de ocorrências.
Nos últimos 17 anos, segundo
a Aeronáutica, a quantidade de
acidentes no país caiu 71% -de
118 para 34 casos. No período, a
frota de aviões aumentou 49%.
Os relatórios de investigação
do Cenipa de 629 acidentes da
aviação civil entre 1997 e 2006
mostram que as falhas humanas predominam e se repetem
entre os fatores contribuintes.
O julgamento deficiente de
uma condição de vôo esteve
presente em 51% dos casos.
Os problemas de manutenção aparecem na sétima posição, com participação de 18%.
O fato de algumas causas se
repetirem com freqüência não
seria um indicativo de que as
investigações não estão cumprindo totalmente seu papel de
prevenir novos acidentes?
Para a Aeronáutica, não, porque cada ocorrência tem seu
contexto. "Não se pode considerar apenas a repetição de alguns fatores contribuintes de
modo isolado. Cada caso deve
ser considerado com suas particularidades para que a avaliação do acidente seja fidedigna",
diz uma nota do centro de comunicação social do órgão.
A tragédia do Airbus-A320
da TAM, em Congonhas, apresentou características que já tinham se repetido em outros
acidentes com esse modelo de
aeronave, como a presença de
um reversor (auxiliar do sistema de frenagem) travado e da
posição incorreta do manete.
O especialista Peter Ladkin,
professor da Faculdade de Tecnologia da Universidade de
Bielefeld, na Alemanha, também encontrou problemas no
manual da Airbus.
Ladkin, que estuda há 14
anos ocorrências específicas do
Airbus-A320, já listou casos em
que problemas semelhantes se
repetiram, como nas Filipinas,
em 1998, nos EUA, em 2002, e
em Taiwan, em 2004.
"Isso pode ensejar uma falha
de projeto, que tem de ser modificado", avalia Antonio Junqueira, ex-chefe do Cenipa.
A Folha procurou representantes da Anac e do Snea (sindicato das empresas aéreas).
A assessoria da agência disse
que não tinha nada a declarar,
mas citou que Junqueira exerceu a chefia do Cenipa na gestão Fernando Henrique e que
seu contrato de trabalho ao órgão já não existe mais.
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