São Paulo, quinta, 6 de agosto de 1998

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VIOLÊNCIA
Acusado de ser o maníaco do parque, que estava foragido havia 23 dias, é preso e dá declarações contraditórias
"Nunca matei ninguém", diz motoboy

da Redação

"Estou com a consciência limpa. Nunca matei ninguém. Fazer esse tipo de besteira jamais passou pela minha cabeça."
Essa é a síntese da defesa do motoboy Francisco de Assis Pereira, 30, preso anteontem e acusado de ser o maníaco do parque, que violentou e matou pelo menos oito mulheres no parque do Estado.
Pereira afirmou que não estava fugindo, mas viajando para participar de uma competição de patinadores na Argentina. Sobre o documento de uma das vítimas encontrado no esgoto da empresa em que morava, disse que não era o único que frequentava o lugar. "Qualquer um entra lá."
A polícia apresentou o motoboy à imprensa três vezes desde que foi preso, por volta das 20h15 de anteontem, em Itaqui (RS). As versões que Pereira apresentou têm contradições. Em certo momento, disse conhecer o parque do Estado "de ponta a ponta"; depois, afirmou que só conhecia o lugar "de passagem". De manhã, disse pensar em suicídio; à tarde, negou.
A perícia deve saber até sexta-feira se o sêmen encontrado em corpos de vítimas é suficiente para indicar o autor dos crimes. Foram achados poucos espermatozóides, o que dificulta a análise do DNA.
O motoboy está sozinho em uma cela, com segurança reforçada para evitar suicídio. A investigação segue com o depoimento de Pereira, convocação de vítimas para reconhecimento e pedido de prisão preventiva do motoboy.



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