|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Duzentas pessoas vão à porta de delegacia
da Agência Folha, em Itaqui
Itaqui, a cidade gaúcha mais distante de Porto Alegre (731 km a
oeste da capital), com cerca de 40
mil habitantes, teve sua rotina
quebrada com a prisão do motoboy Francisco de Assis Pereira, o
suspeito de ser o maníaco do parque do Estado.
Cerca de 200 pessoas foram para
a frente da porta da delegacia durante a noite de anteontem, movidas pela curiosidade de ver o acusado, que estava prestando depoimento no local.
Não havia intenção de linchamento de Pereira.
A presença de tantas pessoas na
rua em uma noite de inverno foi
uma novidade na cidade, que é separada de Alvear, na Argentina,
pelo rio Uruguai.
Além dos curiosos, dezenas de
jornalistas gaúchos se deslocaram
para Itaqui para cobrir o fato.
As rádios locais Pitangueiras e
Cruzeiro do Sul destacaram a prisão de Pereira durante suas programações.
A pequena cidade de Itaqui, cuja
economia é baseada principalmente na produção de arroz, não
possui um delegado de polícia efetivo.
O delegado de São Borja, Raul
Fernando da Silva Bósio, teve de se
deslocar para a cidade para atender a ocorrência.
Criminalidade
A cidade, segundo o policial,
tem um baixo índice de criminalidade. No ano passado, entrou no
noticiário nacional com o suicídio
do fazendeiro Manoel Vargas, filho do ex-presidente Getúlio Vargas, que possuía propriedades em
Itaqui.
O advogado e radialista Milton
Braz Rubim afirmou que, após
conversas com diversos moradores da cidade, "a população de
Itaqui está orgulhosa pela captura" do suspeito de ser o maníaco
do parque.
O advogado disse que os comentários sobre os dois pescadores
que identificaram Pereira são de
que eles "agiram com muita inteligência".
Pena
Madelaine Vilaverde, mulher do
pescador João Carlos Dorneles, foi
quem avisou a Brigada Militar da
suspeita sobre a identidade do
motoboy. Ela disse ter ficado
"com pena" do motoboy, após
denunciá-lo.
Madelaine é empregada doméstica e mora com os dois filhos
-Eduardo, 9, e Leandro, 18- em
uma casa de dois quartos, sala, cozinha e banheiro a cerca de cem
metros do rio Uruguai.
O marido é mecânico, mas, por
falta de emprego, está "ganhando
a vida como pescador".
Vilaverde passou a ser alvo da
atenção da imprensa e teve de dar
diversas entrevistas contando sobre as conversas que teve com o
suspeito.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|