São Paulo, quinta, 6 de agosto de 1998

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

MANÍACO DO PARQUE
Assumiram o caso profissionais que cuidaram de casos como o da Escola Base e o do bar Bodega
Advogados disputam defesa de acusado

PRISCILA LAMBERT
da Reportagem Local

Quatro advogados disputavam ontem o direito de defender o acusado Francisco de Assis Pereira.
Dois deles, Ubiratan Cássio de Alencar e Maria Elisa Munhol -os mesmos que atuaram como advogados de defesa nos polêmicos casos do bar Bodega e da Escola Base-, ganharam a queda de braços e passaram a defender Pereira desde ontem. Eles afirmam que assumiram o caso a pedido da família de Pereira.
Ambos aguardavam a chegada do cliente na saída da Base Aérea do aeroporto de Cumbica e foram impedidos de entrar na pista pela Secretaria de Segurança Pública.
"O secretário está cerceando o direito de defesa de nosso cliente", disse Maria Elisa, ao saber da resposta da secretaria.
O secretário adjunto da Segurança Pública, Luiz Antonio Alves de Souza, disse que não houve nenhum cerceamento. "Não há advogado constituído ainda, por isso não podíamos autorizar a entrada dos dois. Se eles tivessem se apresentado antes e pedido autorização, talvez fosse diferente."
Maria Elisa e Alencar pretendiam conversar pela primeira vez com Pereira antes que ele fosse levado ao DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa). Como foram impedidos, rumaram ao DHPP, mas chegaram após o cliente.
Ao chegarem, se depararam com outros dois advogados, Amós Pereira dos Reis e Elpídio Sabino de Oliveira, que também pretendiam abocanhar o caso. Os dois alegaram ter sido enviados pela Acrimesp (Associação de Advogados Criminalistas do Estado de São Paulo) para "preservar a integridade física de Pereira".
O presidente da Acrimesp, Ademar Gomes, que renunciou à defesa de Francisco, negou a versão dos advogados. "Eles são impostores. A Acrimesp abandonou o caso definitivamente."
Reis e Oliveira chegaram a conversar rapidamente com o acusado, que assinou uma procuração dando a eles poderes para defendê-lo. Também aconselharam Pereira a não dar entrevistas, o que o acusado ignorou.
Ao final da entrevista, os quatro advogados se reuniram em uma sala do DHPP para discutir quem assumiria o caso. Reis e Oliveira saíram irritados. "Dois colegas afirmam terem sido chamados pela família. Então, não vamos discutir. Declinamos", disse Oliveira.
Maria Elisa e Alencar, que assumiram de fato o caso, não informaram qual a linha de defesa a ser adotada. "Não conseguimos ainda conversar com Pereira. Só depois do nosso contato traçaremos nossas estratégias", disse Maria Elisa.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.