|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MANÍACO DO PARQUE
Assumiram o caso profissionais que cuidaram de casos como o da Escola Base e o do bar Bodega
Advogados disputam defesa de acusado
PRISCILA LAMBERT
da Reportagem Local
Quatro advogados disputavam
ontem o direito de defender o acusado Francisco de Assis Pereira.
Dois deles, Ubiratan Cássio de
Alencar e Maria Elisa Munhol
-os mesmos que atuaram como
advogados de defesa nos polêmicos casos do bar Bodega e da Escola Base-, ganharam a queda de
braços e passaram a defender Pereira desde ontem. Eles afirmam
que assumiram o caso a pedido da
família de Pereira.
Ambos aguardavam a chegada
do cliente na saída da Base Aérea
do aeroporto de Cumbica e foram
impedidos de entrar na pista pela
Secretaria de Segurança Pública.
"O secretário está cerceando o
direito de defesa de nosso cliente", disse Maria Elisa, ao saber da
resposta da secretaria.
O secretário adjunto da Segurança Pública, Luiz Antonio Alves
de Souza, disse que não houve nenhum cerceamento. "Não há advogado constituído ainda, por isso
não podíamos autorizar a entrada
dos dois. Se eles tivessem se apresentado antes e pedido autorização, talvez fosse diferente."
Maria Elisa e Alencar pretendiam conversar pela primeira vez
com Pereira antes que ele fosse levado ao DHPP (Departamento de
Homicídios e Proteção à Pessoa).
Como foram impedidos, rumaram ao DHPP, mas chegaram após
o cliente.
Ao chegarem, se depararam com
outros dois advogados, Amós Pereira dos Reis e Elpídio Sabino de
Oliveira, que também pretendiam
abocanhar o caso. Os dois alegaram ter sido enviados pela Acrimesp (Associação de Advogados
Criminalistas do Estado de São
Paulo) para "preservar a integridade física de Pereira".
O presidente da Acrimesp, Ademar Gomes, que renunciou à defesa de Francisco, negou a versão
dos advogados. "Eles são impostores. A Acrimesp abandonou o
caso definitivamente."
Reis e Oliveira chegaram a conversar rapidamente com o acusado, que assinou uma procuração
dando a eles poderes para defendê-lo. Também aconselharam Pereira a não dar entrevistas, o que o
acusado ignorou.
Ao final da entrevista, os quatro
advogados se reuniram em uma
sala do DHPP para discutir quem
assumiria o caso. Reis e Oliveira
saíram irritados. "Dois colegas
afirmam terem sido chamados pela família. Então, não vamos discutir. Declinamos", disse Oliveira.
Maria Elisa e Alencar, que assumiram de fato o caso, não informaram qual a linha de defesa a ser
adotada. "Não conseguimos ainda conversar com Pereira. Só depois do nosso contato traçaremos
nossas estratégias", disse Maria
Elisa.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|