São Paulo, quinta, 6 de agosto de 1998

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POLÍCIA
Sargento Sérgio Bueno tem a prisão temporária decretada e está sendo cassado pela PF e pela Corregedoria da PM
Suposto contratante é expulso da PM

GONZALO NAVARRETE
da Reportagem Local

O 2º sargento da Polícia Militar (PM) Sérgio Bueno, 38, foi expulso da corporação no dia 30 de julho depois de responder processo administrativo. A informação foi divulgada ontem pelo Centro de Comunicação Social da PM.
Ele é apontado como um dos contratantes da morte do delegado-corregedor da PF Alcioni Serafim de Santana, assassinado no dia 27 de maio, quando investigava o envolvimento de policiais federais em crime de extorsão.
Bueno está foragido desde quarta-feira passada. Segundo a Polícia Federal, o ex-sargento pode ser o principal elo para se chegar ao mandante principal do assassinato. O Centro de Comunicação Social da Polícia Militar informou que a Corregedoria da PM também está cassando Bueno depois que a Justiça Federal decretou a sua prisão temporária.
O policial foi preso em flagrante por formação de quadrilha em 95 e respondeu a um processo administrativo na PM, no qual foi pedida sua expulsão da corporação.
Segundo a PM, Bueno se apresentou na PF há cerca de 20 dias. O Centro de Comunicação informou que a corporação recebeu uma notificação da própria PF para que ele se apresentasse para depor sobre a morte do delegado. A PF não confirmou a informação.
Na semana passada, o ministro da Justiça, Renan Calheiros, disse que o principal suspeito do assassinato é o delegado Carlos Leonel da Silva Cruz, compadre e colega de Santana na Polícia Federal.
Para chegar até o principal mandante, a PF iniciou oficialmente no domingo a busca do ex-sargento da PM Sérgio Bueno.
Ele teria sido apontado pelos assassinos do delegado como um dos mandantes do crime. Bueno trabalhava na PM havia 17 anos.
A PF diz acreditar que o assassinato do delegado-corregedor tenha sido esquematizado em uma cadeia hierárquica para dificultar as investigações.
De acordo com a polícia, o então sargento fez contato com Jildenor Alves de Oliveira para que ele contratasse Gildásio Teixeira Roma, 26, e Carlos Alberto da Silva Gomes, 39, o "Carlinhos", para realizar o crime.
Gildásio e Carlinhos teriam confessado que atiraram no delegado, morto quando saía de sua casa, na zona norte de São Paulo.
Para a PF, o ex-sargento da PM teria sido contratado por um intermediário do principal mandante do crime, ainda não identificado. Cruz, o principal suspeito, admitiu que conhecia Bueno.



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