|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
SAÚDE
Gonzalo Vecina Neto apela para cidadania e afirma que "polícia não resolve os problemas de falsificação de remédios'
Novo secretário assume Vigilância Sanitária
VANESSA HAIGH
BETINA BERNARDES
da Sucursal de Brasília
O novo secretário nacional da
Vigilância Sanitária, Gonzalo Vecina Neto, assumiu o cargo ontem
enfatizando que "polícia não resolve os problemas de falsificação
de remédios" que a secretaria vem
enfrentando.
"É a cidadania que vai conseguir resolver o problema", disse.
A tese de Vecina é que a conscientização da população, englobando
usuários e fabricantes, é a saída.
"Por isso que o nível de falsificação que existe em outros países
mais civilizados é menor que o
nosso", disse.
Para ele, medidas como a edição
da cartilha para prevenção contra
remédios falsificados, que está circulando hoje encartada em 70 jornais, e o selo holográfico em embalagens de medicamentos, cuja
implantação será discutida na
próxima semana, fazem parte de
um conjunto de ações do Ministério da Saúde para controlar o problema da falsificação, mas sozinhos não são a solução.
"Não se resolvem os problemas
da Vigilância Sanitária sem a participação da população", disse o
novo secretário.
Projeto da agência
O controle da falsificação de medicamentos é o "problema imediato, a bola da vez" que Vecina
tem pela frente, mas ele também
terá de administrar a criação da
agência que irá substituir a secretaria da Vigilância Sanitária.
A intenção do ministro da Saúde, José Serra, é que até 15 de agosto seja publicado o projeto de funcionamento da agência, para
abri-lo ao debate público. O ministro não sabe se a agência será
criada por meio de medida provisória ou projeto de lei, mas pretende vê-la implantada até o final
do ano.
Para Serra, a agência oferece garantia de resistência às pressões
políticas por cargos.
"O importante é que a agência
trabalhe direito. Queremos que ela
tenha uma diretoria que seja estável e não fique ao sabor de mudanças do governo, da política, do deputado que indica, do senador que
indica e outro veta", disse o ministro José Serra.
"Tem de ter uma equipe estável
que vá se renovando a cada ano ou
dois, com mandatos nos quais o
sujeito tenha tranquilidade para
trabalhar, esteja ganhando bem e
tenha bons equipamentos."
Credibilidade
O ministro esteve nos Estados
Unidos na semana passada e visitou a FDA (agência responsável
pela liberação e fiscalização de
drogas e alimentos).
Ele disse que, ao contrário da
agência norte-americana, a brasileira não terá laboratórios próprios. Ela usará os que a Vigilância
já vem usando.
De similar com a FDA, Serra
quer a credibilidade que a agência
tem. "Ela tem de começar desde o
início atuando de maneira impecável, porque se ocorre um problema como o da vaca louca, que
aconteceu na Inglaterra, ou o caso
do sangue contaminado com
Aids, que aconteceu na França, arrebenta a credibilidade, mesmo
que se capriche no trabalho", disse
o ministro.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|