LEO GERCHMANN
da Agência Folha, em Blumenau

A polícia catarinense já trabalha com algumas certezas em relação à quadrilha que desviava dinheiro pela Internet: o crime atinge pelo menos 8 Estados, é efetuado por um grupo de 15 pessoas e vitimou clientes de 14 bancos.
A Agência Folha apurou que a Copoc (Central de Operações da Polícia Civil) deverá, nos próximos dias, solicitar a participação da Polícia Federal nas investigações. Aquilo que os policiais definem como "federalização" do crime está assustando os investigadores, que têm recebido telefonemas com acusações de diversos pontos do país.
Os oito Estados em que ocorreram desvio de dinheiro são: Mato Grosso, Paraná, Rio Grande do Sul, Alagoas, Minas, São Paulo, Rio e Santa Catarina.
A Agência Folha identificou nove dos 14 bancos cujos clientes foram lesados. São o Bradesco, BankBoston, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Banco do Estado de Santa Catarina, HSBC Bamerindus, Safra, Meridional e Itaú.
Até que as investigações da Copoc fossem concluídas, os bancos vinham cobrindo os desfalques de seus clientes com recursos próprios. Ontem o prejuízo total já era calculado em R$ 5 milhões.
"Os bancos estão preocupados com a imagem. A segurança de seus clientes é essencial. Há pessoas nos telefonando apavoradas", disse o delegado Waldir César Padilha, que investiga o caso há quase dois meses.
A polícia catarinense trabalha com três tipos de possíveis envolvidos: funcionários de bancos, provedores de Internet e hackers.
Padilha concluiu ontem o relatório do inquérito policial, que foi finalizado com cerca de 250 páginas. Foram indiciadas quatro pessoas -os comerciantes Rodines Miranda Peres, 26, e Volmei Sella, 28, o microempresário Rubens Barros Leite, 31, e o estudante Wagner Moreira Stahnke, 23. Todos tiveram a prisão preventiva decretada.


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