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Idoso pode viver mais 15 anos
CLEIDE FLORESTA
da Reportagem Local
O idoso brasileiro vai poder viver mais daqui para frente. Os homens que chegarem aos 65 anos já
podem esperar viver mais 13 anos
e as mulher mais 17.
Isso significa que se a expectativa de vida das pessoas que nasciam em 1996 era de completar 63
anos, hoje é de 75, em média.
Mas segundo a demógrafa Ana
Amélia Camarano, coordenadora
do estudo do Ipea, se forem mantidos os ganhos nas práticas de
saúde, pode-se acreditar que as
expectativas de vida poderão chegar a 90 e 100 anos em um futuro
bem próximo.
Esse aumento da longevidade é
considerado como um ganho no
acesso à informação e a progressos tecnológicos, mas não necessariamente a um aumento na
qualidade de vida das pessoas.
Para o geriatra Wilson Jacob,
46, da Faculdade de Medicina da
USP, o que ocorreu foi um processo inverso. As pessoas têm
uma expectativa maior e agora
vão ter de buscar a qualidade.
Para Ana Amélia, esse é um ganho social, e um dos indicadores
de qualidade de vida. "Mas não dá
para afirmar que o brasileiro está
vivendo melhor."
O estudo destaca, que apesar de
ter diminuído, o número de mortes sem causas definidas ainda é
muito elevado. Em média 20%,
para os idosos.
Segundo Alice Derntl, 60, presidente do Centro de Estudos e Pesquisas sobre Envelhecimento da
Faculdade de Saúde Pública da
USP, isso é consequência da falta
de diagnósticos precisos. "Muitos
idosos chegam ao hospital em um
estado crítico, com várias doenças, e morrem antes de o médico
traçar um diagnóstico." Mas os
números também mostram que a
assistência não chega a todos.
Das doenças conhecidas, no entanto, o maior número de mortes
é por aquelas relativas ao aparelho circulatório (como derrame,
enfarte etc.). Houve, porém, entre
1980 e 1995, um aumento das
mortes por doenças respiratórias,
de 5,1% para os homens e 7% para
as mulheres. O número de pessoas que morriam com problemas no aparelho circulatório baixou 6,2% e 7%, respectivamente.
"Hoje as pessoas sabem que se
mudarem alguns hábitos podem
reduzir os enfartes. Por outro lado, a obrigatoriedade da vacinação do idoso é algo muito recente,
e a pneumonia é uma das causas
de óbitos", diz Clineu de Mello Almada Filho, 38, geriatra.
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