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Pai diz ter entrado em pânico ao saber
ELIANE CANTANHÊDE
Diretora da Sucursal de Brasília
"Uma tragédia, uma loucura."
Foi assim que o empresário e deputado distrital Luiz Estevão de
Oliveira Neto traduziu para a Folha, ontem à tarde, sua perplexidade com o sequestro da filha,
Cleucy.
Estevão recebeu a primeira notícia minutos depois do sequestro,
por telefone, na sua casa no Lago
Sul. O telefonema foi dado por um
dos pais de alunos da Escola Americana que assistiram ao sequestro.
"Entrei em pânico", contou Estevão, que, ao ser chamado ao telefone, já estava pronto, de terno e
gravata, e se dirigia ao carro para o
trabalho.
Voltou, e sua primeira providência foi telefonar para a direção da
escola para ter certeza. O sequestro foi confirmado, e os telefonemas se sucederam. Ninguém sabia
em detalhes o que de fato havia
acontecido.
"Foi uma angústia enorme.
Houve tiros e fiquei sem saber se
minha filha estava ferida, machucada. Num primeiro momento,
ninguém sabia me dizer nem sequer se ela estava viva", relatou.
A polícia já havia sido acionada
pelos próprios guardas que dão segurança à entrada da Escola Americana.
Uma das primeiras providências
do empresário foi ligar para famílias que também foram vítimas de
sequestros. Ele telefonou para
Wagner Canhedo Filho, Luiz Salles e Roberto Medina para saber
como se comportar nesses casos e
se conheciam algum profissional
que pudesse dar apoio psicológico
à família.
Outra providência foi localizar
sua mulher, Cleucy, que estava
nos Estados Unidos e deveria chegar ontem à noite a Brasília.
Cleucy estava acompanhando
dois outros filhos do casal que estudam nos Estados Unidos: Luiz
Estevão, 15, na Filadélfia, e Ilka,
18, na Virgínia. A filha mais velha,
Fernanda, 20, estuda em Boston.
Luiz Eduardo, 2, Luiza, 8 meses, e
a menina sequestrada, Cleucy,
moram com os pais em Brasília.
Luiz Estevão e Cleucy haviam
combinado se encontrar, hoje, em
Nova York, de onde seguiriam
com Luiz e Ilka para Boston.
Apesar do choque, o empresário
procurava manter o autocontrole
e ficou praticamente todo o dia
dentro de casa, acompanhado de
poucos assessores e amigos, à espera de notícias. No início da tarde, apareceu na varanda da casa
com a filha Luiza no colo.
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