São Paulo, sábado, 6 de setembro de 1997.



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Pai diz ter entrado em pânico ao saber

ELIANE CANTANHÊDE
Diretora da Sucursal de Brasília

"Uma tragédia, uma loucura." Foi assim que o empresário e deputado distrital Luiz Estevão de Oliveira Neto traduziu para a Folha, ontem à tarde, sua perplexidade com o sequestro da filha, Cleucy.
Estevão recebeu a primeira notícia minutos depois do sequestro, por telefone, na sua casa no Lago Sul. O telefonema foi dado por um dos pais de alunos da Escola Americana que assistiram ao sequestro.
"Entrei em pânico", contou Estevão, que, ao ser chamado ao telefone, já estava pronto, de terno e gravata, e se dirigia ao carro para o trabalho.
Voltou, e sua primeira providência foi telefonar para a direção da escola para ter certeza. O sequestro foi confirmado, e os telefonemas se sucederam. Ninguém sabia em detalhes o que de fato havia acontecido.
"Foi uma angústia enorme. Houve tiros e fiquei sem saber se minha filha estava ferida, machucada. Num primeiro momento, ninguém sabia me dizer nem sequer se ela estava viva", relatou.
A polícia já havia sido acionada pelos próprios guardas que dão segurança à entrada da Escola Americana.
Uma das primeiras providências do empresário foi ligar para famílias que também foram vítimas de sequestros. Ele telefonou para Wagner Canhedo Filho, Luiz Salles e Roberto Medina para saber como se comportar nesses casos e se conheciam algum profissional que pudesse dar apoio psicológico à família.
Outra providência foi localizar sua mulher, Cleucy, que estava nos Estados Unidos e deveria chegar ontem à noite a Brasília.
Cleucy estava acompanhando dois outros filhos do casal que estudam nos Estados Unidos: Luiz Estevão, 15, na Filadélfia, e Ilka, 18, na Virgínia. A filha mais velha, Fernanda, 20, estuda em Boston. Luiz Eduardo, 2, Luiza, 8 meses, e a menina sequestrada, Cleucy, moram com os pais em Brasília.
Luiz Estevão e Cleucy haviam combinado se encontrar, hoje, em Nova York, de onde seguiriam com Luiz e Ilka para Boston.
Apesar do choque, o empresário procurava manter o autocontrole e ficou praticamente todo o dia dentro de casa, acompanhado de poucos assessores e amigos, à espera de notícias. No início da tarde, apareceu na varanda da casa com a filha Luiza no colo.



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