|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
BARBARA GANCIA
Tem um Inocêncio no meio do caminho...
Em qualquer roda que se discuta a eleição presidencial, sempre tem um gaiato que
vem com o blablablá de que o primeiro mandato de FHC foi bom,
mas que ele vendeu a alma para
se reeleger e deu no que deu.
Parece que o pessoal esquece
que no primeiro mandato de Fernando Henrique nós jogamos
qualquer coisa como US$ 40 bilhões em reservas no lixo, para
nada, só porque o presidente sociólogo, que não entende lá muita
coisa de economia, resolveu eleger
o senhor Gustavo Franco como
gênio do plano estabilizador.
Vai dizer que o nobre leitor não
se lembra da época em que o termocéfalo do Gustavo Franco era
tido como um sujeito para lá de
competente e conclamado por
muitos como "menino de ouro"?
Pois então. E quantas pessoas hoje ainda consideram o economista genial?
FHC sempre afirmou que, no
Brasil, "governar é a arte do possível". Com isso, o presidente parece querer nos dizer que o governante que não dançar conforme o
ritmo esdrúxulo imposto pela política nacional corre o risco de terminar como Jânio ou Collor.
Tudo bem, senhor presidente,
até aí a gente concorda, mas precisava ter dançado "cheek to
cheek" com o que há de mais nefasto na política? FHC pode ter
muitas virtudes, mas avaliar a
disposição moral e intelectual do
próximo não está entre elas.
No caso de Gustavo Franco, ele
errou, mas ao menos ninguém
nunca discutiu o caráter do ex-presidente do Banco Central. Já
no caso do bando de sanguessugas com quem o presidente governou, não há "arte do possível"
que sirva de desculpa.
É de se perguntar como um sujeito com o refinamento e a vivência de FHC possa ter contado com
o apoio de gente como o deputado
do PFL Inocêncio Oliveira sem
perder o sono.
As fotos dos trabalhadores
mantidos em regime de escravidão na fazenda do deputado, publicadas na "Veja" desta semana,
falam por si, assim com a figura
hesitante e risível do deputado,
que estamos acostumados a ver
na televisão.
Que faltam pessoas de qualidade para preencher os quadros do
governo a gente sabe. Que só se
governa na base de alianças também. Mas, daí a transformar o
PFL no maior parceiro do governo, são outros quinhentos.
FHC pensava em entrar para a
história como estadista. Ter-se
aliado com figuras lamentáveis
como Inocêncio Oliveira tirou do
presidente qualquer chance de
que isso possa acontecer.
QUALQUER NOTA
Fiasco
O R.G. dos animais é uma ótima idéia, muito mal executada. Quem liga para o Centro de Zoonoses à procura do dono de um animal perdido é encaminhado ao pet shop que fez o registro e obrigado a contar com a boa vontade da loja. Além disso, há mais de mês o CZ não fornece formulários para registro. E, como
se não bastasse, o adesivo com o telefone do CZ, que vem na placa a ser usada pelo cão, é feito com uma tinta delebilíssima.
Emmo de volta
Emerson Fittipaldi comunicou à família que pretende mudar para Miami e voltar a
correr.
E-mail - barbara@uol.com.br
www.uol.com.br/barbaragancia/
Texto Anterior: Ministério quer fazer campanha Próximo Texto: Trânsito: Obra interdita trechos da Bandeirantes Índice
|