São Paulo, sexta-feira, 06 de setembro de 2002

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Apreendidas 11 t de cigarros falsos

DA FOLHA VALE

A Polícia Rodoviária Federal de Lavrinhas (224 km de SP) apreendeu, anteontem, uma carga de 11 toneladas de cigarros falsificados no km 18 da via Dutra.
Durante uma vistoria de rotina, os policiais apreenderam um caminhão que transportava cigarros falsos da marca 775. As cerca de 600 caixas foram avaliadas em aproximadamente R$ 10 mil.
Em depoimento à Polícia Federal, o motorista do veículo, Luciano Maciel dos Reis, 36, disse que há três anos era contratado por um investigador do Depatri (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado) para transportar cigarros do Rio para um posto de combustíveis em Guarulhos (Grande SP).
O Depatri confirmou que há um funcionário com o mesmo nome do investigador citado pelo motorista no departamento. A PF de São José dos Campos apura a suposta participação desse policial na quadrilha que comercializa cigarros falsificados no Estado.
De acordo com o delegado da Polícia Federal de São José, Marcus Vinícius Deneno, em Guarulhos a carga era entregue a outro motorista, que, segundo a PF, encaminhava os cigarros para o bairro do Brás, em São Paulo.
O cigarro era produzido em uma casa na região central da capital fluminense.
De acordo com o depoimento prestado à PF, Reis recebia R$ 800 para transportar a carga ilegal.
Os policiais rodoviários perceberam que a carga era ilegal porque as notas fiscais em nome da Indústria e Comércio Rei, com sede na região central do Rio de Janeiro, eram falsas.
Os documentos que acompanhavam os cigarros falsos foram emitidos para a Fec Fornecedoras de Navios Ltda., sediada em Santos (litoral sul de São Paulo).
"O motorista chegou a dizer que o destino da mercadoria era Santos, mas, depois, acabou confessando que a entrega seria feita em Guarulhos", disse Deneno.
De acordo com um levantamento feito pela Polícia Federal, a empresa de navios está desativada há cerca de dois anos.
Apesar de o envolvimento do investigador com a quadrilha ainda não ter sido confirmado, a Secretaria de Estado da Segurança Pública instaurou ontem sindicância para apurar o caso.
A assessoria de imprensa da secretaria não soube dizer há quanto tempo o policial trabalha como investigador no Depatri nem se ele será afastado de suas funções enquanto o processo investigativo estiver em andamento.
Toda a carga que circula pelos Estados brasileiros deveria ser abordada por fiscais das Secretarias de Estado da Fazenda. Mas o posto de fiscalização da secretaria existente na via Dutra está desativado há cerca de dois anos.


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