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SEGURANÇA
Pesquisa do Sesi avaliou universo das indústrias
Estudo mostra que já sofreram violência 1 em 4 trabalhadores do RJ
JULIANA RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO
Um em quatro trabalhadores
das indústrias do Rio já sofreu algum tipo violência, indica uma
pesquisa feita pelo Sesi (Serviço
Social da Indústria) do Rio, que
integra o sistema Firjan (Federação das Indústrias do Estado do
Rio de Janeiro). O estudo ouviu
2.665 pessoas que trabalham em
empresas de todo o Estado.
As agressões acontecem principalmente no trajeto de ida e volta
para o trabalho (38% dos casos) e,
às vezes, dentro da própria empresa (10,2% dos relatos). "Metade das pessoas sofreu violência
quando estava saindo de casa,
com a sua marmita, para trabalhar, ou quando já havia chegado
ao trabalho", destaca o diretor
corporativo do sistema Firjan,
Augusto Franco.
O estudante de administração
Carlos Alexandre Lima, 25, engrossa a estatística. Em abril deste
ano, a van em que ele era transportado de seu trabalho até a casa
da namorada, na zona oeste, foi
assaltada por três homens armados e que carregavam drogas.
"Eles roubaram os passageiros, fizeram ameaças e disseram que
iriam me matar", lembra.
O estudo mostra que 56% dos
casos de agressão consistem em
assalto à mão armada. Em seguida vêm furto (28,25), sequestro
(1,5%) e outros tipos de violência
(16,1%).
Para Franco, que entregará o levantamento ao Ministério da Justiça e à Secretaria de Segurança do
Estado, a questão é nacional.
A pesquisa mostra que 93,3%
dos trabalhadores entrevistados
atribuem grande importância à
questão da violência e 93% acham
que o Sesi deve atuar neste campo. "Por isso, não descartamos
ajuda financeira a ações conjuntas do governo federal e estadual.
Essa contribuição iria para a contratação de estudos e entidades de
pesquisa que pudessem ajudar na
solução da violência", diz.
Em muitos casos, a violência
acarreta mais despesas para as
companhias. A petroquímica Petroflex, que fica em Duque de Caxias -um dos municípios mais
violentos da Baixada do Rio-,
mantém linhas de ônibus para
transportar funcionários para os
principais pontos da cidade. "Na
época em que as empresas de
transporte foram contratadas, o
objetivo não era proteger o trabalhador da violência. Mas hoje este
é um recurso essencial para a sua
proteção", admite o gerente de
Recursos Humanos da Companhia, João Teixeira. A empresa
também desenvolve projetos sociais para a integração com a comunidade local.
A Firjan de Duque de Caxias, recentemente, promoveu um encontro entre as principais indústrias da região e as polícias Civil e
Militar. O resultado foi o aumento
do policiamento em áreas mais
críticas, principalmente em horários de troca de turno.
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