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São Paulo, sábado, 06 de setembro de 2003

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SEGURANÇA

Pesquisa do Sesi avaliou universo das indústrias

Estudo mostra que já sofreram violência 1 em 4 trabalhadores do RJ

JULIANA RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO

Um em quatro trabalhadores das indústrias do Rio já sofreu algum tipo violência, indica uma pesquisa feita pelo Sesi (Serviço Social da Indústria) do Rio, que integra o sistema Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro). O estudo ouviu 2.665 pessoas que trabalham em empresas de todo o Estado.
As agressões acontecem principalmente no trajeto de ida e volta para o trabalho (38% dos casos) e, às vezes, dentro da própria empresa (10,2% dos relatos). "Metade das pessoas sofreu violência quando estava saindo de casa, com a sua marmita, para trabalhar, ou quando já havia chegado ao trabalho", destaca o diretor corporativo do sistema Firjan, Augusto Franco.
O estudante de administração Carlos Alexandre Lima, 25, engrossa a estatística. Em abril deste ano, a van em que ele era transportado de seu trabalho até a casa da namorada, na zona oeste, foi assaltada por três homens armados e que carregavam drogas. "Eles roubaram os passageiros, fizeram ameaças e disseram que iriam me matar", lembra.
O estudo mostra que 56% dos casos de agressão consistem em assalto à mão armada. Em seguida vêm furto (28,25), sequestro (1,5%) e outros tipos de violência (16,1%).
Para Franco, que entregará o levantamento ao Ministério da Justiça e à Secretaria de Segurança do Estado, a questão é nacional.
A pesquisa mostra que 93,3% dos trabalhadores entrevistados atribuem grande importância à questão da violência e 93% acham que o Sesi deve atuar neste campo. "Por isso, não descartamos ajuda financeira a ações conjuntas do governo federal e estadual. Essa contribuição iria para a contratação de estudos e entidades de pesquisa que pudessem ajudar na solução da violência", diz.
Em muitos casos, a violência acarreta mais despesas para as companhias. A petroquímica Petroflex, que fica em Duque de Caxias -um dos municípios mais violentos da Baixada do Rio-, mantém linhas de ônibus para transportar funcionários para os principais pontos da cidade. "Na época em que as empresas de transporte foram contratadas, o objetivo não era proteger o trabalhador da violência. Mas hoje este é um recurso essencial para a sua proteção", admite o gerente de Recursos Humanos da Companhia, João Teixeira. A empresa também desenvolve projetos sociais para a integração com a comunidade local.
A Firjan de Duque de Caxias, recentemente, promoveu um encontro entre as principais indústrias da região e as polícias Civil e Militar. O resultado foi o aumento do policiamento em áreas mais críticas, principalmente em horários de troca de turno.


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