São Paulo, domingo, 06 de setembro de 2009

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Febre mundial, Twitter vira bússola para noite paulistana

Microblog identifica as melhores baladas em tempo real e até ajuda a burlar blitz da lei seca

ANA PAULA BONI
DA REVISTA DA FOLHA

Quando a banda curitibana Los Diaños tomou o palco da casa noturna Astronete, no Baixo Augusta, em São Paulo, na plateia tinha início também um outro tipo de show.
O astro, no caso, era o publicitário Leandro Rossi, 25. Com seu iPhone na mão e conectado à internet, ele fazia a noite acontecer no Twitter, em tempo real. Da balada, o publicitário ia postando suas impressões em sua página no microblog que virou febre no mundo todo.
Os usuários perceberam que a ferramenta tinha muito mais potencial do que imaginavam", diz José Calazans, analista de mídia do Ibope Nielsen Online.
O chamado "tweet" -a mensagem escrita- na balada tem ao menos duas vantagens, explicam os "tuiteiros": atingir o maior número possível de usuários e não incomodar ninguém com um telefonema ou um torpedo no meio da noite.
A ideia caiu tanto nas graças dos "tuiteiros" que uma empresa abriu os olhos para o filão. A Matizar resolveu criar um site similar só para os frequentadores de baladas. A empresa já iniciou o processo de seleção de seus "repórteres da noite".
Uma candidata ao posto seria a estudante de designer gráfico Svetlana Bianca, 20, que também fez da rede um importante elemento de sua vida social.
"Normalmente às quartas vêm os "tweets" de balada, porque eu vou para a FunHouse." Mas por que tanta sintonia entre o telefone móvel e a rede social? A explicação está na própria origem do site, lançado em 2006. O limite de 140 caracteres digitados a cada vez em um "tweet" foi estabelecido tendo em mente o torpedo de celular.
Para Philip Klien, diretor de inovação da Predicta, consultoria especializada em marketing on-line, "o Twitter é a evolução do torpedo".

Lei seca
Os tuiteiros de balada também se tornaram espécie de fiscais do trânsito... contra a lei seca. De bar em bar, eles tuitam do carro avisando onde está acontecendo alguma blitz.
Esses foram alguns dos muitos "avisos" de Márcio Villar para seus 112 seguidores no Twitter. São mensagens tecladas o mais rápido possível, logo depois que passou pela blitz.
" É uma forma de as pessoas se prevenirem, mesmo não sendo positivo, por burlar a lei", afirma Philip Klien, carioca que mora em São Paulo.
Um uso a mais do Twitter que, aliado ao celular com internet, cabe em qualquer bolso.


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