|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CASO DETRAN
Órgão de combate à lavagem de dinheiro busca contas no exterior
Empresário de placas é investigado
DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA REDAÇÃO
O órgão de combate à lavagem
de dinheiro do Ministério da Justiça investiga o empresário Humberto Verre, dono da Casa Verre,
de São Paulo, uma das duas empresas que fazem, sem qualquer
controle, os serviços de emplacamento de veículos para o governo
Geraldo Alckmin (PSDB).
O caso é mantido sob sigilo pelo
Departamento de Recuperação
de Ativos e Cooperação Internacional, que tem como principal
objetivo garantir a eficácia do
combate à lavagem de dinheiro.
Além de promover a cooperação
jurídica internacional para estrangular o financiamento das atividades criminosas.
A reportagem verificou que os
registros do antigo banco MTB,
de Nova York, atribuem a Verre e
a sua mulher, Heloísa, uma conta
no banco Home Savings of America, de Miami. A conta teria recebido US$ 100 mil (R$ 220 mil) da
offshore Kundo, que tinha depósitos no MTB. As remessas foram
em junho e outubro de 97.
A Kundo, nas Ilhas Virgens, no
Caribe, um paraíso fiscal, era tocada pelo doleiro Alberto Youssef, preso por sonegação.
Os arquivos do MTB foram obtidos pela CPI do Banestado e estão sendo usados por uma força-tarefa de procuradores, policiais e
fiscais da Receita. As movimentações suspeitas ocorriam à revelia
das autoridades americanas, que
informaram o Brasil.
Em nota, o advogado de Verre,
Ricardo Arruda Filho, afirma que
"Humberto Verre e sua mulher
não possuem depósitos, investimentos ou aplicações no exterior
e desconhecem a existência de
qualquer movimentação financeira em seu nome realizada fora
dos ditames legais". Ainda segundo Arruda Filho, "não conhecem,
também, o teor dos relatórios da
CPI do Banestado, mas têm ciência, pelo que se publicou em jornais e revistas da época, do envolvimento de vários nomes nessas
listas, sem maiores cuidados ou
provas, o que certamente gera danos e prejuízos indesejáveis."
A empresa de Verre, que doou
R$ 4.000 à campanha do governador em 2002, tem ao lado da fornecedora Comepla o controle dos
serviços de emplacamento no Estado sem contrato, situação que
perdura nos últimos três anos. Há
sete anos não ocorrem licitações.
O Tribunal de Contas do Estado
apontou também que as empresas recolhem diretamente as taxas
pagas pelos cidadãos, quando os
recursos deveriam ir ao Estado e
só então repassados aos empresários. Para o tribunal, a situação caracteriza "evasão de receitas".
O Detran (Departamento Estadual de Trânsito) disse não saber
quantas placas são vendidas pelas
empresas. O governo firmou um
termo de ajustamento de conduta
com o Ministério Público, que
prevê o lançamento de uma nova
licitação para os serviços.
A Secretaria da Segurança Pública informou desconhecer as investigações sobre Verre.
(FABIANE LEITE, RUBENS VALENTE e JOSÉ ERNESTO CREDENDIO)
Texto Anterior: Aviação: Viracopos abre hoje terminal de passageiros Próximo Texto: Panorâmica - Ônibus: EMTU exigirá catracas eletrônicas Índice
|