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Donos de livraria afirmam que ajudam a polícia
DA SUCURSAL DO RIO
Os proprietários da livraria
Babel Livros, do Rio de Janeiro,
afirmam que estão cooperando
com a polícia na investigação
do furto de parte do acervo da
biblioteca Mário de Andrade,
tendo inclusive já cedido o nome de alguns compradores de
peças que poderiam pertencer
à biblioteca.
Eles alegaram também não
saber que Ricardo Machado,
suposto autor do furto, estava
sendo investigado pelo crime.
Sobre o fato de terem pago em
dinheiro, Francisco Izidoro, sócio da livraria, diz que isso pode
ter acontecido, mas que não saberia confirmar com precisão.
"Às vezes pagamos em dinheiro, às vezes em cheque. É
normal em qualquer negócio.
Não sei dizer agora se pagamos
a esse senhor em dinheiro, mas
isso realmente pode ter acontecido", disse.
Cuidados
Questionado pela Folha sobre fato de ter aceitado leiloar
peças de alguém que estaria
sob suspeita, Izidoro alegou
que só soube dessa informação
quando foi procurado pela polícia de São Paulo. "Nós tomamos todos os cuidados para
evitar que uma obra suspeita
seja leiloada. Nosso catálogo é
público e é oferecido a instituições como o Arquivo da Cidade
do Rio de Janeiro ou a Biblioteca do Itamaraty, justamente
para que eles possam nos ajudar a fazer a checagem das
obras. Também expomos as
peças durante quatro dias antes do leilão e colocamos em
nosso site, para que todos possam checar essas informações.
Tentamos observar sempre a
procedência das obras, mas
nem sempre há essas informação", afirmou o proprietário.
Izidoro diz que, até o momento, não recebeu nenhuma
confirmação por parte da polícia de que uma obra efetivamente leiloada por ele tenha sido furtada da biblioteca Mário
de Andrade.
"O delegado Fernando Pires
nos procurou e o estamos auxiliando com todas as informações. Apenas pedimos um prazo para que pudéssemos entrar
em contato com os compradores para que os itens adquiridos aqui pudessem ser cedidos
para averiguação. Até o momento, no entanto, não temos
conhecimento de que uma das
obras vendidas tenha sido furtada da biblioteca", declarou.
Sobre a venda de um exemplar raro do livro "O Guarany"
(de José de Alencar), Izidoro
diz que de fato vendeu uma
obra em sua livraria com as
mesmas descrições das fornecidas pela polícia. "Já estamos
fazendo um levantamento para
verificar se é a mesma obra."
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