São Paulo, sexta-feira, 06 de outubro de 2006

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Donos de livraria afirmam que ajudam a polícia

DA SUCURSAL DO RIO

Os proprietários da livraria Babel Livros, do Rio de Janeiro, afirmam que estão cooperando com a polícia na investigação do furto de parte do acervo da biblioteca Mário de Andrade, tendo inclusive já cedido o nome de alguns compradores de peças que poderiam pertencer à biblioteca.
Eles alegaram também não saber que Ricardo Machado, suposto autor do furto, estava sendo investigado pelo crime. Sobre o fato de terem pago em dinheiro, Francisco Izidoro, sócio da livraria, diz que isso pode ter acontecido, mas que não saberia confirmar com precisão.
"Às vezes pagamos em dinheiro, às vezes em cheque. É normal em qualquer negócio. Não sei dizer agora se pagamos a esse senhor em dinheiro, mas isso realmente pode ter acontecido", disse.

Cuidados
Questionado pela Folha sobre fato de ter aceitado leiloar peças de alguém que estaria sob suspeita, Izidoro alegou que só soube dessa informação quando foi procurado pela polícia de São Paulo. "Nós tomamos todos os cuidados para evitar que uma obra suspeita seja leiloada. Nosso catálogo é público e é oferecido a instituições como o Arquivo da Cidade do Rio de Janeiro ou a Biblioteca do Itamaraty, justamente para que eles possam nos ajudar a fazer a checagem das obras. Também expomos as peças durante quatro dias antes do leilão e colocamos em nosso site, para que todos possam checar essas informações. Tentamos observar sempre a procedência das obras, mas nem sempre há essas informação", afirmou o proprietário.
Izidoro diz que, até o momento, não recebeu nenhuma confirmação por parte da polícia de que uma obra efetivamente leiloada por ele tenha sido furtada da biblioteca Mário de Andrade.
"O delegado Fernando Pires nos procurou e o estamos auxiliando com todas as informações. Apenas pedimos um prazo para que pudéssemos entrar em contato com os compradores para que os itens adquiridos aqui pudessem ser cedidos para averiguação. Até o momento, no entanto, não temos conhecimento de que uma das obras vendidas tenha sido furtada da biblioteca", declarou.
Sobre a venda de um exemplar raro do livro "O Guarany" (de José de Alencar), Izidoro diz que de fato vendeu uma obra em sua livraria com as mesmas descrições das fornecidas pela polícia. "Já estamos fazendo um levantamento para verificar se é a mesma obra."


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