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Blecaute de 1999 não foi causado por raio, diz Inpe
31 milhões de pessoas foram atingidas em dez Estados por apagão elétrico
Grupo afirma ser zero a chance de um raio ter atingido Bauru ou qualquer linha de transmissão do Sudeste na hora do blecaute
FÁBIO AMATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO JOSÉ DOS
CAMPOS
Estudo de pesquisadores do
Inpe (Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais) aponta
que o blecaute de março de
1999, considerado o maior do
país em número de atingidos,
não foi provocado pela queda
de um raio na região de Bauru
(343 km de SP).
O estudo desmente a versão
divulgada pelas autoridades do
setor elétrico na época do blecaute, no governo Fernando
Henrique Cardoso (PSDB).
Para chegar à conclusão, estudiosos do Elat (Grupo de Eletricidade Atmosférica) do Inpe
usaram software que detecta
desligamentos na rede de
transmissão provocados por
descargas atmosféricas.
Segundo o coordenador do
Elat, Osmar Pinto Júnior, após
analisar dados meteorológicos
do dia do blecaute (11 de março
de 1999), o Saat mostrou ser zero a chance de um raio ter atingido a subestação de Bauru ou
qualquer linha de transmissão
do Sudeste no horário.
Segundo ele, o programa não
aponta a causa do blecaute. Os
pesquisadores também não levantaram hipóteses para as razões do apagão.
O blecaute de março de 1999
atingiu cerca de 31 milhões de
clientes em dez Estados do Sul,
Sudeste e Centro-Oeste e do
Distrito Federal. Começou às
22h16 do dia 11 e deixou pessoas no escuro por até 4h15.
Outro lado
O ministro de Minas e Energia na época do blecaute, Rodolpho Tourinho, minimizou a
importância do estudo. "O importante era detectar as causas
e tomar providências. Isso foi
feito. Essa discussão [sobre
causas] não leva a nada. Não vejo importância nisso", disse.
O ex-ministro negou que o
governo tenha mentido na época. Disse que a informação sobre a queda do raio partiu do
ONS (Operador Nacional do
Sistema Elétrico). O ONS e o
Ministério de Minas e Energia
informaram, por meio de suas
assessorias, que não comentariam o estudo.
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