São Paulo, quinta-feira, 06 de outubro de 2011

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Fechado, shopping anuncia sistema para dispersar gás

Prefeitura decide hoje se reabre Center Norte a partir de novo laudo da Cetesb

Segundo direção de centro comercial da zona norte, foram instalados dez novos drenos de metano

DE SÃO PAULO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
DO "AGORA"

Horas após ter sido interditado por tempo indeterminado, o Shopping Center Norte anunciou ontem ter concluído a instalação de um sistema com dez novos drenos para a exaustão do gás metano acumulado em seu subsolo.
Ainda ontem, a Cetesb (agência ambiental estadual) iniciou uma série de testes para avaliar se o risco de explosão está ou não descartado. O resultado deve ser divulgado hoje. A partir dele, a prefeitura decidirá se permite ou não a reabertura do local.
O sistema instalado já havia sido prometido em acordo assinado com o Ministério Público, na semana passada.
Os técnicos da Cetesb não assinaram o documento.

DISPUTA
O centro de compras da zona norte, um dos maiores da cidade, foi construído na década de 1980 sobre um lixão.
A decomposição do material libera o gás metano, que pode subir à superfície por brechas do edifício e até pela rede elétrica, dizem técnicos.
A Cetesb vem alertando o shopping sobre o problema do metano desde 2004. A situação piorou 20 dias atrás, segundo técnicos da agência.
De lá para cá, a prefeitura pediu o fechamento do local, o shopping assinou o acordo com o Ministério Público, a prefeitura manteve a disposição de interdição, o Center Norte obteve liminar para ficar aberto e a prefeitura converteu a decisão judicial.
Além do Center Norte, foram fechados o Lar Center (shopping de decoração do mesmo grupo) e o Carrefour (que aluga parte da área).
O novo sistema de exaustão foi anunciado pelo diretor-superintendente do shopping, Ricardo Afonso, em audiência na Câmara Municipal. Segundo Afonso, o equipamento começou a ser instalado semana passada.
Foi quando o Center Norte passou a ser multado em R$ 17.450 por dia pela Cetesb, levou uma multa de R$ 2 milhões pela prefeitura e foi notificado da interdição.
Até então, havia um dreno. Em uma semana, portanto, foram colocados outros dez, conectados a nove máquinas, que puxam o gás do subsolo e o jogam na atmosfera.
Questionado por vereadores sobre o motivo de o shopping não ter feito isso antes, o diretor-superintendente disse que a demora se deveu à troca da empresa que estava projetando o sistema.
Para ele, o prejuízo com a interdição é "incalculável".

PALAVRA
Hoje, o prefeito Gilberto Kassab (PSD) e o secretário de Meio Ambiente, Bruno Covas (PSDB), visitarão o local. Deles deve sair a decisão sobre a manutenção ou não da interdição do shopping.
Covas é pré-candidato à Prefeitura de São Paulo.
Ontem, enquanto 48 homens da Guarda Civil Metropolitana impediam o acesso pelos portões, fiscais da prefeitura conferiam se as lojas estavam fechadas.
Alguns acessos foram lacrados com avisos da prefeitura. Outros tinham cartazes colocados pelo shopping para informar sobre o caso.
Anteontem à noite, o próprio shopping informou aos lojistas que fecharia suas portas. A decisão foi tomada após a Justiça cassar a liminar que impedia a interdição. (EVANDRO SPINELLI, NATÁLIA CANCIAN, LÉO ARCOVERDE E RAFAEL ITALINI)


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