São Paulo, terça, 6 de outubro de 1998

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Júri de ex-PM Rambo deve durar 3 dias

ANDRÉ LOZANO
da Reportagem Local

O ex-PM Otávio Lourenço Gambra, o Rambo, acusado de ter matado uma pessoa e de ter espancado outras no episódio da favela Naval, em Diadema (Grande SP), deve começar a ser julgado hoje pelo júri popular.
O julgamento ocorrerá no Tribunal do Júri de Diadema e a previsão é que leve três dias.
Gambra e outros nove ex-PMs -todos foram expulsos da corporação em razão do ocorrido- foram flagrados por um cinegrafista, em março de 97, espancando quem passava em uma rua da favela. O conferente Mário Josino foi morto no bloqueio. Gambra é apontado como autor do tiro, de acordo com laudo da perícia.
Oito dos ex-PMs já foram julgados e condenados pela Justiça Militar, em agosto deste ano.
O caso de Diadema está nas Justiças Militar e comum porque o Congresso aprovou, em 97, lei que transfere para a Justiça comum o julgamento de homicídios cometidos por PMs contra civis.
Na Justiça Militar, os ex-PMs foram condenados por prevaricação, lesão corporal leve e co-autoria pela omissão nos espancamentos das vítimas.
O julgamento de hoje poderia ser adiado se, por exemplo, alguma testemunha imprescindível a uma das partes faltasse.
A juíza Cláudia Maria Carbonari de Faria, que presidirá o júri, dividiu as datas dos julgamentos na Justiça comum.
"A defesa deve alegar que tudo o que aconteceu na favela Naval foi uma armação para prejudicar os PMs", disse o promotor José Carlos Guillen Blat, autor da denúncia contra os dez PMs na Justiça comum. "Por essa tese da armação, então, os policiais fingiam que batiam, as pessoas, que apanhavam, e a vítima, que morreu."
O advogado de Rambo, Gamalher Corrêa, não foi encontrado pela Folha em seu escritório.



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