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Júri de ex-PM Rambo deve durar 3 dias
ANDRÉ LOZANO
da Reportagem Local
O ex-PM Otávio Lourenço Gambra, o Rambo, acusado de ter matado uma pessoa e de ter espancado outras no episódio da favela
Naval, em Diadema (Grande SP),
deve começar a ser julgado hoje
pelo júri popular.
O julgamento ocorrerá no Tribunal do Júri de Diadema e a previsão é que leve três dias.
Gambra e outros nove ex-PMs
-todos foram expulsos da corporação em razão do ocorrido- foram flagrados por um cinegrafista, em março de 97, espancando
quem passava em uma rua da favela. O conferente Mário Josino
foi morto no bloqueio. Gambra é
apontado como autor do tiro, de
acordo com laudo da perícia.
Oito dos ex-PMs já foram julgados e condenados pela Justiça Militar, em agosto deste ano.
O caso de Diadema está nas Justiças Militar e comum porque o
Congresso aprovou, em 97, lei que
transfere para a Justiça comum o
julgamento de homicídios cometidos por PMs contra civis.
Na Justiça Militar, os ex-PMs foram condenados por prevaricação, lesão corporal leve e co-autoria pela omissão nos espancamentos das vítimas.
O julgamento de hoje poderia
ser adiado se, por exemplo, alguma testemunha imprescindível a
uma das partes faltasse.
A juíza Cláudia Maria Carbonari
de Faria, que presidirá o júri, dividiu as datas dos julgamentos na
Justiça comum.
"A defesa deve alegar que tudo
o que aconteceu na favela Naval
foi uma armação para prejudicar
os PMs", disse o promotor José
Carlos Guillen Blat, autor da denúncia contra os dez PMs na Justiça comum. "Por essa tese da armação, então, os policiais fingiam
que batiam, as pessoas, que apanhavam, e a vítima, que morreu."
O advogado de Rambo, Gamalher Corrêa, não foi encontrado
pela Folha em seu escritório.
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