São Paulo, domingo, 06 de novembro de 2005

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PLANTÃO MÉDICO

Avança terapia dos HIV positivos

JULIO ABRAMCZYK
COLUNISTA DA FOLHA

Nos últimos anos tem sido observada uma dramática redução na taxa de mortalidade e nas infecções oportunísticas em pacientes portadores do HIV.
Esse significativo avanço está relacionado à introdução de novas drogas anti-retrovirais (inibidores nucleosídeos da transcriptase reversa e inibidores da protease) e a novos esquemas terapêuticos, como a terapia anti-retroviral altamente ativa, abreviada para a sigla, em inglês, HAART (Highly Active Antiretroviral Therapy).
O impacto do emprego do HAART em crianças infectadas pelo HIV foi o tema da tese do médico Ivan D. Miziara, apresentada à disciplina de otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina da USP, para a obtenção do título de professor livre-docente.
Entre as mais freqüentes manifestações da imunossupressão provocada pelo HIV, as lesões orais apresentam-se sob formas variáveis e estão entre os primeiros sinais observados em crianças infectadas pelo vírus.
Até dezembro do ano passado, estavam relatados 13.786 casos de crianças brasileiras com menos de 13 anos de idade portadoras do HIV. As lesões relacionadas à presença do HIV no organismo de crianças acabam se complicando e agravam ainda mais a saúde desses pequenos pacientes. Por esse motivo, há indicação para a realização de um tratamento rápido e imediato.
A pesquisa de Miziara é o primeiro estudo realizado em crianças brasileiras que apresentam lesões na mucosa oral relacionadas à presença do HIV em seu organismo e o tratamento HAART. As lesões orais relacionadas são a candidíase oral, o aumento das parótidas (glândulas salivares), das aftas e da herpes simplex e/ou linfoadenopatia cérvico-facial.
Com o uso da HAART, a prevalência dessas lesões foi reduzida em 30%, com significância estatística. As idade das crianças está situada entre os seis anos e os 12 anos e 11 meses de idade.
Ivan D. Miziara destaca ainda em seu trabalho que os médicos otorrinolaringologistas precisam estar atentos tanto para as manifestações orais provocadas pela infecção pelo HIV quanto para as mudanças promovidas pelo novo arsenal terapêutico, já que esses especialistas fazem parte de uma equipe multidisciplinar e a boca e a mucosa oral são de sua competência médica.


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