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PLANTÃO MÉDICO
Avança terapia dos HIV positivos
JULIO ABRAMCZYK
COLUNISTA DA FOLHA
Nos últimos anos tem sido observada uma dramática redução
na taxa de mortalidade e nas infecções oportunísticas em pacientes portadores do HIV.
Esse significativo avanço está
relacionado à introdução de novas drogas anti-retrovirais (inibidores nucleosídeos da transcriptase reversa e inibidores da protease) e a novos esquemas terapêuticos, como a terapia anti-retroviral altamente ativa, abreviada para a sigla, em inglês, HAART
(Highly Active Antiretroviral
Therapy).
O impacto do emprego do
HAART em crianças infectadas
pelo HIV foi o tema da tese do
médico Ivan D. Miziara, apresentada à disciplina de otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina
da USP, para a obtenção do título
de professor livre-docente.
Entre as mais freqüentes manifestações da imunossupressão
provocada pelo HIV, as lesões
orais apresentam-se sob formas
variáveis e estão entre os primeiros sinais observados em crianças
infectadas pelo vírus.
Até dezembro do ano passado,
estavam relatados 13.786 casos de
crianças brasileiras com menos
de 13 anos de idade portadoras do
HIV. As lesões relacionadas à presença do HIV no organismo de
crianças acabam se complicando
e agravam ainda mais a saúde
desses pequenos pacientes. Por
esse motivo, há indicação para a
realização de um tratamento rápido e imediato.
A pesquisa de Miziara é o primeiro estudo realizado em crianças brasileiras que apresentam lesões na mucosa oral relacionadas
à presença do HIV em seu organismo e o tratamento HAART. As
lesões orais relacionadas são a
candidíase oral, o aumento das
parótidas (glândulas salivares),
das aftas e da herpes simplex e/ou
linfoadenopatia cérvico-facial.
Com o uso da HAART, a prevalência dessas lesões foi reduzida
em 30%, com significância estatística. As idade das crianças está
situada entre os seis anos e os 12
anos e 11 meses de idade.
Ivan D. Miziara destaca ainda
em seu trabalho que os médicos
otorrinolaringologistas precisam
estar atentos tanto para as manifestações orais provocadas pela
infecção pelo HIV quanto para as
mudanças promovidas pelo novo
arsenal terapêutico, já que esses
especialistas fazem parte de uma
equipe multidisciplinar e a boca e
a mucosa oral são de sua competência médica.
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