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JOSÉ RENÁN ESQUIVEL (1925-2010)
Ministro panamenho que fez USP
ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO
Graças a um convênio nos
anos 40, alunos panamenhos puderam estudar na
USP. Dos dois primeiros estudantes que chegaram ao
país, um era José Renán Esquivel. Em 1950, ele recebeu
seu diploma em medicina.
Ao se formar, voltou ao Panamá, mas seus laços com o
Brasil permaneceriam. Aqui,
participou de seminários.
Dos seus sete filhos, quatro estudaram no Brasil. Um
deles, agrônomo, mora em
Santa Catarina e uma neta
cursa medicina em Minas.
Esquivel especializou-se
em pediatria no México.
Em seu país, dirigiu o Hospital del Niño, na Cidade do
Panamá, capital do país, de
1962 a 1968 e de 1973 a 1989.
No governo do militar Omar
Torrijos, no fim dos anos 60,
criou o Ministério da Saúde,
que comandou até 1973.
Como lembra José da Silva
Guedes, ex-secretário da
Saúde de SP que o conheceu
nos anos 80, o panamenho
tinha como lema a ideia de
que "saúde é luta". Para chegar ao estado de bem-estar físico, psíquico e social do indivíduo, era preciso lutar por
água, alimentos etc.
A equipe do hospital que
dirigiu se envolvia diretamente com as comunidades.
A educadora e amiga Elza Lobo conta que as enfermeiras
levavam as mães à biblioteca, para que aprendessem
sobre as doenças dos filhos.
Em 1996, ele ganhou o prêmio Abraham Horwitz, dado
pela Opas (Organização Pan-Americana da Saúde) a líderes na área da saúde pública.
Nos últimos anos, aposentado, dedicou-se a sua fazenda de café. Morreu na terça,
no Panamá, aos 84 anos. Tinha um câncer. Deixa viúva,
filhos, netos e um bisneto.
coluna.obituario@uol.com.br
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