São Paulo, sábado, 06 de novembro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

JOSÉ RENÁN ESQUIVEL (1925-2010)

Ministro panamenho que fez USP

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Graças a um convênio nos anos 40, alunos panamenhos puderam estudar na USP. Dos dois primeiros estudantes que chegaram ao país, um era José Renán Esquivel. Em 1950, ele recebeu seu diploma em medicina.
Ao se formar, voltou ao Panamá, mas seus laços com o Brasil permaneceriam. Aqui, participou de seminários.
Dos seus sete filhos, quatro estudaram no Brasil. Um deles, agrônomo, mora em Santa Catarina e uma neta cursa medicina em Minas.
Esquivel especializou-se em pediatria no México.
Em seu país, dirigiu o Hospital del Niño, na Cidade do Panamá, capital do país, de 1962 a 1968 e de 1973 a 1989. No governo do militar Omar Torrijos, no fim dos anos 60, criou o Ministério da Saúde, que comandou até 1973.
Como lembra José da Silva Guedes, ex-secretário da Saúde de SP que o conheceu nos anos 80, o panamenho tinha como lema a ideia de que "saúde é luta". Para chegar ao estado de bem-estar físico, psíquico e social do indivíduo, era preciso lutar por água, alimentos etc.
A equipe do hospital que dirigiu se envolvia diretamente com as comunidades. A educadora e amiga Elza Lobo conta que as enfermeiras levavam as mães à biblioteca, para que aprendessem sobre as doenças dos filhos.
Em 1996, ele ganhou o prêmio Abraham Horwitz, dado pela Opas (Organização Pan-Americana da Saúde) a líderes na área da saúde pública.
Nos últimos anos, aposentado, dedicou-se a sua fazenda de café. Morreu na terça, no Panamá, aos 84 anos. Tinha um câncer. Deixa viúva, filhos, netos e um bisneto.

coluna.obituario@uol.com.br


Texto Anterior: Mortes
Próximo Texto: PM mata a ex-mulher, também policial
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.